Os maiores sindicatos da Itália ameaçaram convocar uma greve geral se o governo não prorrogar a proibição de demissões até o fim do ano.
A medida entrou em vigor em março, em função da pandemia do novo coronavírus, e está prevista para terminar em 17 de agosto, mas o gabinete do primeiro-ministro Giuseppe Conte já trabalha em um novo decreto para prorrogar o veto.
A base aliada, no entanto, está dividida entre aqueles que querem proibir demissões até o fim de 2020 e aqueles que defendem a prorrogação apenas até 15 de outubro, quando se encerra o estado de emergência no país.
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«Se o governo não prorrogar o bloqueio das demissões até o fim de 2020, assumirá toda a responsabilidade pelo risco de um confronto social», disseram, em uma nota conjunta, a Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil), a Confederação Italiana de Sindicatos de Trabalhadores (Cisl) e a União Italiana do Trabalho (UIL).
Os sindicatos já têm uma manifestação programada para 18 de setembro, mas avaliam transformá-la em «greve geral», dependendo das «escolhas do governo».
«Quem pensa em antecipar a data [da prorrogação] para o fim do estado de emergência demonstra não entender as dinâmicas elementares do mercado de trabalho e não se preocupar com as condições de centenas de milhares de trabalhadores», acrescentaram as entidades.
A direção do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, e a ministra do Trabalho, Nunzia Catalfo, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), defendem a manutenção da proibição até 31 de dezembro, mas há divergências dentro das duas legendas.
Já o partido de centro Itália Viva (IV), do ex-premiê Matteo Renzi, apoia um prazo mais breve. A Confederação-Geral da Indústria Italiana (Confindustria) criticou a eventual prorrogação e disse que a medida «petrifica» a economia do país.
«É inútil evocar uma greve geral, especialmente neste momento de gravíssimas dificuldades econômicas e sociais», afirmou a Confindustria.