A proibição de operações policiais em favelas durante a pandemia de coronavírus não aumentou a criminalidade violenta no Rio. Ao contrário. A região metropolitana registrou queda de 70% no número de mortes decorrentes dessas incursões nas comunidades, além de reduções significativas nos registros de crimes contra a vida (48%) e contra o patrimônio (40%).
Os dados estão no estudo «Operações policiais e ocorrências criminais: Por um debate público qualificado», do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense.
As polícias fluminenses vinham alegando que a proibição, em decorrência de uma decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, dificulta o combate ao crime organizado.
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Para estimar os efeitos da proibição, o estudo comparou os números do período de um mês com a média das mesmas datas desde 2007. Segundo o relatório produzido pelos pesquisadores, 30 vidas foram salvas nas favelas por causa da decisão de Fachin. Entre as vidas poupadas, estão as de policiais, que também costumam ser vítimas em confrontos nas favelas do Rio.
A decisão de Fachin foi tomada em 5 de junho, motivada por uma ação apresentada pelo PSB e construída em parceria com a Defensoria fluminense. Deu-se 18 dias depois do menino João Pedro, de 14 anos, ter sido morto dentro de casa durante uma operação policial em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio
De lá até o mesmo dia do mês seguinte, houve redução de 78% nas operações policiais nas favelas. Apesar disso, a Polícia Militar continuou fazendo incursões consideradas urgentes, conforme prevê o entendimento de Fachin.