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Ministro da Justiça demite diretor que fez dossiê de integrantes do movimento antifascista

Pressionado pelo Congresso e pelo Ministério Público a dar explicações sobre um dossiê com informações de 579 professores e policiais identificados pelo governo como integrantes do «movimento antifascismo», o ministro da Justiça, André Mendonça, demitiu na segunda-feira (3), o diretor de Inteligência da Seopi (Secretaria de Operações Integradas).

Além da saída do coronel reformado Gilson Libório de Oliveira Mendes do setor do Inteligência, Mendonça anunciou uma sindicância para apurar os fatos, nove dias após o caso do dossiê vir à tona.

A Seopi foi criada pelo ex-titular da Justiça Sérgio Moro com objetivo de agrupar operações policiais contra o crime organizado, mas não apenas mudou de mãos como também de foco com a posse do novo ministro. O trabalho da Seopi virou alvo do MP após o UOL revelar que o órgão produziu um relatório contra adversários do governo Jair Bolsonaro.

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O ministro tem afirmado que desconhece o dossiê, mas levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostra que ele trocou nove pessoas indicadas por Moro para compor a Seopi, incluindo o diretor de Inteligência. Libório é da confiança de Mendonça, com quem trabalhou na Controladoria-Geral da União. O militar foi o número 2 do ministério na gestão de Torquato Jardim (governo Michel Temer).

Em nota na semana passada, o Ministério da Justiça não confirmou a existência do dossiê e negou «perseguição de quem quer que seja». A pasta disse, ainda, que as atividades originais da secretaria estão mantidas. «Não compete à Seopi produzir ‘dossiê’ contra nenhum cidadão nem instaurar procedimentos de cunho inquisitorial.» Procurados, integrantes da secretaria não se manifestaram.

Em nota na segunda-feira, o ministro disse que «está à disposição para prestar esclarecimentos à Comissão Mista de Inteligência» do Congresso, que trabalha sob sigilo, e que a troca na Diretoria Inteligência foi «considerada adequada à realização dos trabalhos» de sindicância.

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