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‘Imunidade de rebanho’ para covid-19 significa perda imensa em dinheiro e vidas, diz Opas

Durante entrevista coletiva da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) nesta terça-feira (14), a busca de uma «imunidade de rebanho» para a covid-19 foi abordada por imprensa e diretoria da entidade. Este termo alude a um nível de contaminação tão generalizado que o vírus não encontraria mais novas pessoas para infectar, assim perdendo força e desaparecendo com o tempo.

O diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas, Marcos Espinal, desencorajou tal abordagem para combater o vírus. «Não recomendamos a abordagem de tentar chegar à imunidade de rebanho, já que o custo em perda de vidas seria massivo e o custo econômico seria muito alto», alertou.

Questionado sobre a possibilidade de que regiões do Brasil já estejam com imunidade de rebanho, Espinal disse que não há evidência disso para nenhum país em todo o mundo. Ele exemplificou que, mesmo no caso de Manaus, onde houve grande contaminação, pesquisas mostravam que a prevalência de anticorpos estaria em 14%, ainda distante da marca necessária para essa imunidade, lembrando que na cidade ainda se veem casos da doença e uma taxa de ocupação elevada dos leitos hospitalares.

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Espinal destacou também que, segundo algumas pesquisas, a imunidade de rebanho poderia durar por um período breve, já que o nível de imunidade à doença aparentemente cai com o tempo. O diretor recomendou que países busquem manter um controle cuidadoso de seus cenários, com medidas de mitigação dos contágios e monitoramento da taxa de utilização de leitos, além de realizar testes.

Sobre o quadro da pandemia na região, a autoridade da Opas notou que as condições na América Latina são variáveis. «Estamos enfrentando um problema social, econômico e de saúde pública», reconheceu Espinal, lembrando o papel das desigualdades na região para tornar o quadro mais complexo.

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