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Caso Mizael: PMs envolvidos na ação são afastados durante investigações

O governador do Ceará, Camilo Santana, determinou nesta segunda-feira (6) o afastamento dos policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte de Mizael Fernandes da Silva Lima, jovem de 13 anos que dormia na casa de um parente em Chorozinho, interior do Estado, quando foi atingido por disparos.

Agentes do Comando Tático Rural (Cotar) entraram na residência e atiraram no garoto, que estava deitado numa cama, segundo versão da família. Os policiais alegam que o garoto portava uma arma de fogo e se recusou a entregá-la. O governador cearense pede «imediata, rigorosa e isenta investigação» do caso para fornecer respostas à família de Mizael e à sociedade.

A ação ocorreu durante a madrugada da última quarta-feira (1). Após atirar no adolescente, policiais retiraram-no da casa e o levaram até um hospital no município, mas Mizael não sobreviveu. Segundo a família, agentes da polícia também levaram o edredom e o travesseiro com os quais o menino dormia.

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O jovem estaria na cidade para realizar um tratamento médico, e estava dormindo na casa de sua tia, Lizangela Rodrigues. Segundo ela, a versão dos policiais que alega a existência de uma arma de fogo na casa não se sustenta: «Se havia arma por que eles também não me prenderam, já que a casa era minha? Eu deixei eles entrarem porque eu não devo nada à polícia, então não tenho o que temer», declara.

O assassinato comoveu os moradores da região, que chegaram a protestar ateando fogo em pneus e árvores, bloque ando o km 70 da BR 116 por cerca de uma hora. Comerciantes também baixaram as portas em luto por Mizael.

O caso é investigado por um Inquérito Policial Militar instaurado pela PM cearense, visando apurar a conduta dos agentes envolvidos na ação. Enquanto isso, eles ficam afastados do serviço operacional.

Ainda, um inquérito policial foi transferido da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará para a Controladoria Geral da Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), que possui autonomia para apurar a conduta de todos os servidores da polícia judiciária, militar, corpo de bombeiros e agentes penitenciários.

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