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Nos Estados Unidos, população negra é a mais atingida pela pandemia

Jeff J Mitchell/Getty Images

Novos dados divulgados pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção dos Estados Unidos) mostram que cidadãos negros americanos foram os mais infectados e internados pela pandemia de covid-19 no país do que qualquer outro grupo racial e étnico. Em estudo realizado pelo órgão em Atlanta, na Geórgia, 79% das pessoas internadas em seis hospitais metropolitanos eram negras. Em Louisiana, 33% da população é negra, mas as mortes afroamericanas equivalem a 70%. Entre as características mais associadas à internação estão, por ordem: idade, cor, diabetes, plano de saúde, gênero, tabagismo e, por fim, obesidade. Nesse sentido, o paciente internado mais comum em Atlanta seria um homem idoso negro.

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O CDC analisou que a pandemia de covid-19 intensificou as disparidades de saúde presentes nos Estados Unidos e afirma que minorias raciais norte-americanas estão mais propensas a desenvolverem problemas de saúde, como diabetes e complicações cardiovasculares, além de não terem a mesma facilidade de acesso à saúde.

“A proporção de pacientes negros era superior ao esperado com base nas hospitalizações gerais. Também existem fatores determinantes sociais relacionados, como moradia, estabilidade econômica e condições de trabalho. Nos Estados Unidos, trabalhadores negros são mais propensos do que outros trabalhadores a serem funcionários de indústria de linha de frente ou considerada essencial. Tal fator aumenta a probabilidade de infecção por Sars-Cov-2 durante o desempenho de seus trabalhos”, afirmou o órgão.

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Alguns estados norte-americanos não divulgam dados por recorte de raça e, na tentativa de monitorar o impacto da covid-19 na população negra, uma plataforma chamada The Covid Tracking Project – em português, Projeto de Rastreamento da Covid – foi criada.

Para colaborar entre as pesquisas frente a disparidade de internações entre negros e brancos, a plataforma coleta e divulga, de maneira independente, dados acerca da doença no país. Segundo a iniciativa, a população negra tem 1,5 vez mais chance de morrer do que a população branca.

Outro estudo, desta vez divulgado pelo Instituto Pew, no início do mês, mostra que apesar de estar entre os mais afetados pela pandemia de covid-19, os negros são os que mais se preocupam e buscam informações de prevenção contra o vírus.

De acordo com a pesquisa, adultos negros eram muito mais propensos do que os brancos a discutir frequentemente o surto da doença no país e pesquisar de qual maneira a doença os afetaria.

O que estaria relacionado a essa desigualdade?

• Moradia:
Podem morar em áreas e bairros mais populosos

• Estabilidade econômica:
Fatores econômicos e sociais desempenham vulnerabilidades

• Trabalho:
Trabalhadores negros são mais propensos do que outros trabalhadores a serem linha de frente e essenciais

• Saúde:
Minorias são mais propensas a desenvolver diabetes e doenças cardiovasculares

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