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Dez anos depois, caso Samúdio ainda fortalece debates sobre feminicídio

Dez anos depois, o assassinato de Eliza Samúdio, ex-namorada e mãe de um dos filhos do goleiro Bruno Fernandes, ainda é um dos casos policiais mais emblemáticos do país. A história ganhou projeção nacional, com repercussões que duram até hoje, e fortaleceu o debate sobre medidas contra a violência doméstica.

A última vez que o atleta entrou em campo como ídolo do Flamengo foi no dia 5 de junho de 2010, em uma partida pelo campeonato brasileiro, ele falhou em um lance que deu a vitória por 2 a 1 ao Goiás. Depois disso, ele deixou o noticiário esportivo e virou personagem central de uma das mais intensas coberturas policiais do país.

Eliza Samúdio foi vista, pela última vez, em um sítio do goleiro, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. As pistas já apontavam para a possibilidade de assassinato.

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No dia 26 de junho de 2010, Bruno foi considerado suspeito pela morte da ex-namorada. Em março de 2013, ele foi condenado a mais de 20 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e pelo sequestro e cárcere privado do filho. Para um dos advogados de vários dos réus, na época, Ércio Quaresma, houve erros na condenação.

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Poucos meses antes do crime, a própria jovem denunciava, na imprensa, as agressões. Eliza chegou a pedir na Justiça uma medida protetiva, com base na Lei Maria da Penha, mas o pedido foi negado.

A lei do feminicídio só surgiu dois anos depois da condenação de Bruno. Para a professora de direito penal da PUC Minas, Flávia Penna, porém, o que falta neste tipo de caso é a prevenção. Apesar das dificuldades, a mãe de Eliza, Sônia Moura, encoraja outras mulheres a não se calarem diante de casos de violência.

Em julho do ano passado, após cumprir menos de um terço da pena, Bruno conseguiu a progressão para o regime semiaberto, assim como outros condenados no caso. Atualmente, o goleiro vive em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, após assinar contrato com um time ainda não revelado. Ele cumpre prisão em regime semiaberto domiciliar.

Nesta semana, o goleiro Bruno Fernandes gerou reações negativas nas redes sociais após posar para fotos promovendo um canil no Rio de Janeiro. Na época do crime, foi levantada a hipótese, nunca comprovada, de que Eliza Samúdio foi esquartejada e seu corpo dado a cachorros.

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