O Projeto Pernas de Aluguel, que promove a colaboração de corredores com pessoas com deficiência em provas de rua, não parou durante a quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus. Entre os dias 12 e 14 de junho, 320 voluntários fizeram parte da 1ª Maratona Virtual de Revezamento.
A motivação foi justamente o hiato pelo qual os atletas têm de passar. «Todas as corridas de ruas foram canceladas ou adiadas no Brasil todo e isso fez com que as atividades de corridas do Pernas de Aluguel consequentemente fossem interrompidas. Como o tempo de interrupção foi maior do que o ‘planeta’ esperava, precisávamos fazer algo para agitar os voluntários do Pernas de Aluguel», diz Eduardo de Godoy, criador do projeto.
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Trinta atletas com deficiência foram premiados com uma medalha do evento, um kit de higiene pessoal e uma cesta de guloseimas. «Escolhemos nossos ACD para esse evento crianças e jovens e principalmente aqueles com mais dificuldades em participar de um evento físico», explicou.
A maratona
Os corredores, divididos em equipes com dez voluntários e um atleta com deficiência, tiveram até o fim de domingo para completar um total de 4,2 km cada um. Assim, cumpriram em conjunto os 42 km de uma maratona. «Cada um fez a distância onde, quando e como podiam. Teve aqueles que correram na rua, mas como aqueles que não saíram da sala de casa. Cada voluntário poderia percorrer os 4,2 km correndo, caminhando, subindo escada, nadando, indo ao supermercado, ou seja não precisava ser um super atleta para participar», explicou Godoy, ressaltando os cuidados durante o isolamento social. «Ninguém se reuniu em grupos», afirmou.
Como o desafio poderia ser diluído ao longo dos três dias, todo mundo que nunca correu ou estava paradinho poderia fazer. «Tivemos inclusive cadeirantes e outras pessoas com deficiência «empurrando» também», disse o criador.
Os participantes comprovaram suas distâncias fotografando relógios com GPS, visor de esteiras e print de celular utilizados durante o desafio.
O projeto
No projeto, os corredores «emprestam» seu movimento a pessoas com deficiência, que participam da corrida em triciclos especialmente adaptados para esse fim. Além de São Paulo capital, o projeto está na Grande São Paulo, Campinas, interior do estado, e Belo Horizonte (MG).