A prisão preventiva pode ser “o remédio adequado” contra pessoas que atacam as instituições, afirma o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. Na manhã desta segunda-feira (15), foi detida em Brasília pela Polícia Federal a ativista Sara Winter, apoiadora de Jair Bolsonaro. Ela já apareceu em vídeos xingando e ameaçando ministros do STF, além de ter participado do ataque com fogos de artifício à sede do tribunal na noite de sábado.
Em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, Gilmar Mendes disse ser “grave” que o presidente da República não desestimule atos como esse. “Hoje estão atirando fogos, amanhã pode ter bala”, disse.
Gilmar Mendes vê episódios como o ataque ao STF como fruto do “radicalismo” que se instalou no Brasil. Para o magistrado, muitos dos que participam desse tipo de ato buscam “meio-minuto de fama”.
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Ainda na entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, o ministro demonstrou preocupação com a presença de militares da ativa no governo. Gilmar Mendes citou como exemplo o Ministério da Saúde que, na opinião dele, deveria ser comandado por técnicos, ao contrário do que está ocorrendo. “Antes, falava-se que o PT era o partido da boquinha. Agora, parece haver aparelhamento via Forças Armadas”.
Gilmar Mendes condenou a nota assinada por Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, dizendo que as Forças Armadas não vão cumprir “ordens absurdas”. “Será que eles podem traduzir o sentimento das Forças Armadas? Receberam autorização dos comandantes? Serão eles os juízes dos julgamentos?”, questionou o ministro do Supremo.
Na entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, Gilmar Mendes disse não ser favorável ao afastamento de Bolsonaro e salientou que torce pela estabilidade institucional. O ministro conversou com os jornalistas José Paulo de Andrade, Claudio Humberto, Thays Freitas e Pedro Campos, no Jornal Gente.