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Estátuas de símbolos escravagistas são alvos de protestos e vandalismo

Monumentos de navegadores à comerciantes de escravos estão na mira de manifestantes

Desde que os protestos em virtude da morte de Goerge Floyd se espalharam pelo mundo, estátuas representativas de personagens importantes do colonialismo e da escravatura estão na mira de manifestantes antirracismo.

Pelo menos dois monumentos de Cristóvão Colombo, navegador e explorador europeu que chegou à América em 1492, foram alvo de protestos. Em Richmond, nos EUA, uma imagem de Colombo foi incendiada e jogada no rio por manifestantes. Em Boston, outra estátua do navegador teve sua cabeça cortada durante à noite.

No Reino Unido, a imagem de Robert Dundas, Visconde de Mellvile, recebeu escritos como “beneficiário do colonialismo”. Em Londres, a imagem do ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, ganhou pichação acusando-o de racista.

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O prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou que a a cidade criará uma comissão para analisar às homenagens. “É uma verdade inconveniente que nossa nação e nossa cidade devem grande parte de sua riqueza ao papel desempenhado por elas no comércio de escravos”, afirmou Khan.

De acordo com Yasser Saleh, historiador formado pela USP e professor de relações internacionais da Universidade Anhembi Morumbi, não é incomum que esses monumentos sejam repensados e modificados. Saleh explica que as obras públicas cumprem um papel de oficializar a história contada pelo estado, mas que acaba negligenciando outas figuras importantes.

“A estátua de uma personalidade é uma obra de papel político de construção e manutenção da história e nos mostra como também negligenciamos figuras como escravos e indígenas”, afirma.

Sobre a destruição das imagens, o professor diz que tecnicamente é importante preservar essas obras  apesar da reprovação. “Ao invés de destruir algo reprovável, uma outra obra com outro ponto de vista pode ser colocada e formar uma história-monumento onde as gerações podem compreender e debater o passado”, diz.

No Brasil, Saleh usa como exemplo a imagem do bandeirante Borba Gato. “Se discute a sua remoção, mas não está claro como devemos proceder em relação ao patrimônio histórico que ela representa.”

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