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Em áudio, presidente da Fundação Palmares chama movimento negro de ‘escória maldita’

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares e Bolsonaro Reprodução

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, envolveu-se em mais uma polêmica. Em áudio de reunião do dia 30 de abril, Camargo diz que o movimento negro é «escória maldita», formada por «vagabundos». Sobrou ainda críticas e ofensas à figura de Zumbi, que dá nome à instituição, e à Consciência Negra, entre outras declarações. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, que teve acesso à gravação.

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A reunião, com dois servidores, teria ocorrido para discutir o sumiço do celular corporativo de Camargo. Ele foi cobrado e alegou que o telefone desaparecera no período em que ficou afastado por decisão judicial durante três meses.

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Ele chega a sugerir que houve um furto para prejudicá-lo. «Alguém que quer me prejudicar, invadir esse prédio para me espancar, invadir com a ajuda de gente daqui… O movimento negro, os vagabundos do movimento negro, essa escória maldita”, disse, mencionando a exoneração de três diretores do órgão.

Ele também afirmou sofrer perseguição por seu posicionamento político e afirmou que pressionaria funcionários para entregar colegas «esquerdistas». “Esses filhos da puta da esquerda não admitem negros de direita. Vou colocar meta aqui para todos os diretores, cada um entregar um esquerdista. Quem não entregar esquerdista vai sair. É o mínimo que vocês têm que fazer”, afirmou.

Ele mais uma vez criticou Zumbi dos Palmares, que dá nome à autarquia. “Não tenho que admirar Zumbi dos Palmares, que, para mim, era um filho da puta que escravizava pretos. Não tenho que apoiar agenda consciência negra. Aqui não vai ter, vai ter zero da consciência negra. Quando cheguei aqui, tinham eventos até no Amapá, tinha show de pagode no dia da consciência negra”, disse.

Improbidade administrativa

Em maio, o Ministério Público Federal  encaminhou representação à Procuradoria da República no Distrito Federal, pedindo que Camargo responda judicialmente por improbidade administrativa.

À ocasião, a Fundação Palmares publicou, a mando de seu presidente, artigos ofensivos sobre Zumbi. As publicações foram feitas no dia 13 de maio, dia da abolição da escravatura.

 

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