Foco

5 livros para compreender o racismo no Brasil e no mundo (e se tornar antirracista)

Uma onda de protestos tomou conta dos Estados Unidos desde o dia 26 de maio, após a divulgação de um vídeo que mostra um homem negro sendo imobilizado por um policial branco com os joelhos em seu pescoço, em Minneapolis. Até este domingo (31), quatro pessoas morreram e pelo menos 1.699 foram presas em ações relacionadas aos protestos. As 30 maiores cidade americanas tiveram toque de recolher decretado, mas as manifestações cresceram e vários outros países também tiveram suas próprias manifestações anti-racistas com o slogan “eu não consigo respirar”, últimas palavras de George Floyd, 40 anos.

Gravado por uma testemunha, o vídeo mostra o ex-segurança Floyd, imobilizado por um policial que aperta durante 8 minutos e 46 segundos o seu pescoço sobre o chão. É possível ouvir no vídeo que Floyd diz, mais de uma vez, que não consegue respirar. Nos minutos finais, ele não se mexe mais. Foi levado inconsciente por uma ambulância logo após a abordagem policial e foi declarado morto ao chegar no hospital.

Nesse momento de reflexão e protestos em todo o mundo, indicamos algumas leituras que ajudam a compreender as origens do racismo, no Brasil e no mundo, e que são leitura quase obrigatórias para sermos todos nós antirracistas. Confira:

Recomendados

1. Na minha pele, de Lázaro Ramos


Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação. Ainda que não seja uma biografia, em Na minha pele Lázaro compartilha episódios íntimos e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo. Compre a partir de R$ 27,90.

2. Amoras, de Emicida


Para incluir as crianças no debate e em uma nova postura anti racista, indicamos o primeiro livro infantil Emicida. Na música «Amoras», ele canta: «Que a doçura das frutinhas sabor acalanto/ Fez a criança sozinha alcançar a conclusão/ Papai que bom, porque eu sou pretinha também». E é a partir desse rap que um dos artistas brasileiros mais influentes da atualidade cria seu primeiro livro infantil e mostra, através de seu texto e das ilustrações de Aldo Fabrini, a importância de nos reconhecermos no mundo e nos orgulharmos de quem somos — desde criança e para sempre. Compre a partir de R$ 18,80.

3. O ódio que você semeia, de Angie Thomas


1º lugar na lista do New York Times. Uma história juvenil repleta de choques de realidade. Um livro contra o racismo em tempos tão cruéis e extremos Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial. Não faça movimentos bruscos. Deixe sempre as mãos à mostra. Só fale quando te perguntarem algo. Seja obediente. Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente, o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto. Uma história oportuna sobre o momento atual dos protestos nos Estados Unidos. Compre a partir de R$ 33,63.

4. Sulwe, de Lupita Nyong’o


Ela é mais escura que todos de sua família. Ela é mais escura que todos de sua escola. A Sulwe só queria ser bonita e cheia de luz como sua mãe e sua irmã. Quando ela menos esperava, uma jornada mágica no céu da noite abriu seus olhos e fez com que tudo mudasse. Escrito pela atriz Lupita Nyong’o, ganhadora do Oscar, na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante, pelo filme 12 anos de escravidão, o livro infantil é um belo relato anti-racista. Compre a partir de R$ 29,65.

5. Escravidão (Volume 1), de Laurentino Gomes


Maior território escravista do hemisfério ocidental, o Brasil recebeu cerca de 5 milhões de cativos africanos, 40% do total de 12,5 milhões embarcados para a América ao longo de três séculos e meio. Como resultado, o país tem hoje a maior população negra do planeta, com exceção apenas da Nigéria. Foi também, entre os países do Novo Mundo, o que mais tempo resistiu a acabar com o tráfico de pessoas e o último a abolir o cativeiro, por meio da Lei Áurea de 1888 — quatro anos depois de Porto Rico e dois depois de Cuba. 

Nenhum outro assunto é tão importante e tão definidor da nossa identidade nacional quanto a escravidão. Conhecê-lo ajuda a explicar o que fomos no passado, o que somos hoje e também o que seremos daqui para a frente. Em um texto emocionante e rigorosamente documentado, Laurentino Gomes lança o primeiro volume de sua nova trilogia, resultado de 6 anos de pesquisas, que incluíram viagens por 12 países e 3 continentes. Compre a partir de R$ 38,89.

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos