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Reações à divulgação da reunião ministerial refletem paradoxo da política brasileira

Base do governo avalia vídeo como positivo para imagem de Bolsonaro; já oposição diz ter unidade para cobrar impeachment

As reações à divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril refletem o paradoxo da política brasileira. Enquanto a base do governo avalia como positiva a imagem do presidente Jair Bolsonaro, a oposição afirma que terá unidade na cobrança por impeachment.

Líderes do governo e da oposição também repercutiram com debates, ações judiciais e de ofício, os trechos do vídeo, nos dias seguintes à divulgação. A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), vice-líder do governo na Câmara, defende que a divulgação do vídeo trouxe mais benefícios do que problemas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

Na reunião, Bolsonaro xingou os governadores João Dória e Wilson Witzel, de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, e também o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Para o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), os esforços do governo federal para manter cordialidade com as bases nos Estados, em meio à pandemia de coronavírus, não devem ser afetados.

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O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), líder da Oposição no Congresso Nacional, afirma que o vídeo reforça uma lista de crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente. Um dos pontos que devem ser explorados pela oposição é o momento em que Bolsonaro diz que tem um aparato independente de informações.

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A oposição deve acionar individualmente os ministros Abraham Weintraub, da Educação, por ter ameaçado de prisão ministros do STF; do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por ter dito que aproveitaria a distração da imprensa com a pandemia para “desregulamentar” normas de proteção ambiental; e dos Direitos Humanos, Damares Alves, por ameaçar de prisão governadores e prefeitos.

Entre as críticas, o ex-ministro e ex-governador, Ciro Gomes (PDT-CE), também destaca o grupo paralelo de informações citado por Bolsonaro. Por outro lado, Ciro afirma que o discurso do presidente é absurdo por completo, mas que já foi “normalizado” por não haver reação institucional.

O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) afirma que os parlamentares da base do governo devem apresentar uma representação criminal contra o ministro Celso de Melo, do STF, com base na Lei de Abuso de Autoridade.

O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria na Câmara Federal, afirma que a oposição deve se unir e adotar uma postura unânime cobrando a tramitação de pelo menos um dos 28 pedidos de impeachment protocolados contra o presidente Jair Bolsonaro.

No domingo (25), o presidente Jair Bolsonaro disse, durante manifestação em Brasília, que poderia ter “destruído a fita” da reunião, sem “penalidade alguma”, mas que decidiu manter a gravação e entregar ao STF.

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