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São Paulo tem quase 2,4 mil mortes suspeitas por covid-19

Os exames estão em uma fila de 20 mil testes que ainda não foram processados pelo Instituto Adolfo Lutz

Homem durante enterro no cemitério Vila Formosa, zona leste Patricia Borges/AM Press & Images/Folhapress

A cidade de São Paulo tem 2.372 mortes suspeitas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) que continuam esperando a confirmação de testes. As vítimas apresentaram os sintomas da doença covid-19 e tiveram síndrome respiratória aguda grave.

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Os exames estão em uma fila de 20 mil testes que ainda não foram processados pelo Instituto Adolfo Lutz. Apenas 30% dos resultados foram entregues para as unidades de saúde e familiares dos mortos. Com isso, o número de óbitos subnotificados é maior que o de confirmados por coronavírus na capital paulista (1.928).

Segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, por causa da demora para sair os resultados, duas listas com estatísticas foram montadas pela prefeitura. “São os casos suspeitos e confirmados. Só entram na estatística oficial as mortes com o resultado do teste”, disse.

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Um exemplo é o caso de Laudimeia Maria Peixoto, de 67 anos. Ela morreu no dia 22 de março, devido a problemas respiratórios. O resultado do teste, positivo para coronavírus, só saiu e foi divulgado para a família na segunda-feira, 4 de maio, 43 dias depois.

Filho dela, o consultor de expansão Marcelo Peixoto conta que o hospital de Pirituba, onde ela permaneceu internada, afirmou que o exame ficaria pronto em três dias. “Me disseram que eu teria o resultado em 72 horas, demorou mais de 40 dias. Enquanto isso, eu e minha família ficamos completamente isolados, mesmo sem ter a confirmação exata da causa da morte de minha mãe”, contou.

Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, a maior parte das mortes suspeitas, ainda sem o resultado dos testes, está na periferia. O número de subnotificados é superior ao de óbitos confirmados em bairros como: Capão Redondo e Grajaú, na zona sul, e Itaim Paulista, na zona leste.

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