O risco de morrer por coronavírus pode ser dez vezes maior para as pessoas que vivem nas regiões com os piores indicadores de qualidade de vida e de desenvolvimento humano da cidade de São Paulo. O boletim epidemiológico da prefeitura da capital mostra que a taxa de mortalidade nos bairros mais privilegiados, chamada área de inclusão, é de 0,7 por 100 mil habitantes para a faixa etária entre 40 e 44 anos de idade. Nessa mesma faixa de idade, a mortalidade por covid-19 chega a 6,7 a cada grupo de 100 mil pessoas nas áreas classificadas como exclusão 2, que abrange as regiões com pior qualidade de vida da cidade.
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Na faixa de 65 a 69 anos, a diferença é mais do que o dobro entre os bairros mais ricos e os menos estruturados, variando de 25,9 para cada 100 mil habitantes na área de inclusão para 56,1 a cada grupo de 100 mil pessoas na área de exclusão 2 e ficando em 48,1 na área de exclusão 1, intermediária entre as duas.
A taxa de mortalidade geral, em relação a todas as idades, fica em até 8,3 para cada 100 mil habitantes em bairros da parte oeste da cidade, como a Vila Sônia, o Butantã e o Jardim Paulista. Enquanto nos bairros menos estruturados da zona leste, como São Miguel Paulista, Guaianases, São Mateus e Iguatemi, a taxa fica acima da média municipal, de 16,5 por 100 mil habitantes, com variações entre 24,8 e 31,1 para cada grupo de 100 mil pessoas.
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Também entra nessa faixa de mortes Brasilândia, na zona norte. Já Marsilac, na zona sul, e Pari, na região central, alcançaram a faixa de 33,1 e 43,2 mortes a cada 100 mil residentes.
A área de inclusão e os dois níveis de área de exclusão são definidos a partir de uma série de indicadores de qualidade de vida e desenvolvimento humano.