O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vê uma ligação direta entre a aproximação do presidente Jair Bolsonaro aos líderes de partidos do chamado ‘Centrão’, no Congresso Nacional, com a demissão de Sérgio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
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Em entrevista a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, o líder da oposição no Senado disse que Bolsonaro posou para fotos com alguns investigados pelo ex-juiz no âmbito da Polícia Federal.
“Se existia um compromisso de autonomia da Polícia Federal, e o presidente chama o ministro par anunciar que demitiria o diretor da PF, e o ministro diz que isso interferiria e seria uma decisão política, e o presidente confirma que era de fato uma decisão política, e no dia seguinte, sem o ministro ter conhecimento, o diretor é demitido, é claro que houve uma ‘forçação de barra’ para a demissão de Moro. Tem uma relação direta porque os acontecimentos dão conta da aproximação do presidente com o Centrão”, frisou o senador.
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Randolfe pontuou que o presidente Bolsonaro deveria estar focado no combate ao coronavírus no Brasil, e que “ficou um minuto após o outro criando crises”: «É difícil num dia depois de batermos recordes de mortes nessa pandemia, nós encontrarmos tempo para encontrar uma nova crise dentro de uma super crise», disse.
O senador da Rede disse que os fatos revelados por Sérgio Moro ao deixar ao ministério configuram alguns crimes de responsabilidade cometidos por Bolsonaro, e que vai protocolar um pedido de impeachment entre hoje e amanhã.
«O mais grave foi o que Moro falou em seu depoimento. Dá conta que o presidente da República interferiu em investigações e andamento por parte da Polícia Federal. Ele diz que demissão do diretor-geral não foi a pedido, e que ele não assinou a demissão. Confirmado isso, é falsidade ideológica. Tem todos os elementos do crime de responsabilidade”, concluiu.