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Ações tentam reduzir impactos a morador de rua

Para evitar que a covid-19 se espalhe, a principal ordem tem sido ficar em casa. Mas e quem não tem casa para ficar? Em São Paulo, mais de 24 mil pessoas estão em situação de rua, segundo censo da prefeitura divulgado neste ano.

Para o conselheiro do comitê de população de rua da capital, Alderon Costa, proteger essas pessoas tem sido uma “corrida contra o tempo, pois quando esse vírus chegar às ruas ficará sem controle”. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, até sexta-feira (10) havia 39 casos suspeitos de covid-19 entre a população em situação de rua.

Costa disse que pias foram instaladas na cidade, mas a quantidade não é suficiente para atender toda a população. Elas são iniciativa da prefeitura com a Sabesp e estão concentradas em áreas centrais como praças da Sé e da República e largos São Francisco e do Arouche.

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Nesta segunda-feira (13), a Prefeitura de São Paulo começa a instalar cem pias em comunidades e ocupações. Nesta fase inicial serão colocadas 20 peças em comunidades como Alba e Vietnã (zona sul de SP); Água Branca, Camarazal e Água Podre (zona oeste de SP) e Viela da Bica (zona norte de SP).

Além da dificuldade de higienização e de acesso à água tratada, a população de rua também faz parte do grupo de risco, já que parte dela tem doenças crônicas. Segundo o secretário-executivo da Prefeitura de São Paulo, Carlos Bezerra Jr., a  população de rua enfrenta doenças como diabetes, tuberculose e hipertensão. “Esses fatores dificultam o combate ao vírus”, afirma Bezerra, que busca articular soluções nesse período.

Além das pias, sete espaços emergenciais de acolhimento foram criados pela Prefeitura de São Paulo. Os restaurantes do Bom Prato passaram a servir café da manhã, almoço e jantar em marmitas e talheres de plástico, pois os salões permanecem fechados. E a prefeitura lançou na semana passada o programa SP Cidade Solidária, que coleta doações para famílias carentes e pessoas em situação de rua.

Para colaborar

Além das iniciativas do poder público, setores da sociedade civil estão em busca de solidariedade.

O padre Julio Lancellotti, vigário episcopal da Pastoral do Povo de Rua, disponibilizou a Casa de Oração do Povo de Rua para abrigar infectados. Ele pede doações de alimentos, itens de limpeza e higiene na paróquia São Miguel Arcanjo, Mooca (zona leste), onde distribui refeições para o povo de rua.

A ordem dos franciscanos também serve refeições aos moradores de rua que passam pelo largo São Francisco (centro) e pede itens alimentícios, de limpeza, higiene e máscaras descartáveis.

Aos que querem ajudar, mas têm medo de sair de casa, a organização Solidariedade Pra Mudar SP busca as doações em domicílio.

O QUE DOAR

Higiene
• Álcool em gel
• Sabonete
• Absorventes femininos
• Papel higiênico
• Xampus
• Escova e pasta de dente

Alimentos não perecíveis
• Leite em pó ou caixa tetrapak
• Arroz
• Feijão
• Galões de água
• Legumes e vegetais enlatados
• Macarrão
• Açúcar e sal
• Farinhas de trigo e mandioca

Limpeza
• Água sanitária
• Detergente em pó
• Desinfetante
• Esponja multiuso

ONDE DOAR

SP Cidade Solidária
Locais podem ser consultados no site spcidadesolidaria.org

Franciscanos
• Paróquia Santo Antônio do Pari
Praça Padre Bento, 13, Pari, das 8h às 18h.
• Paróquia e Convento São Francisco
Largo São Francisco , 133, centro, das 8h às 18h.
• Casa de Alice Tibiriça
Rua Bom Pastor, nº 1914, Ipiranga, das 9h às 14h.

Zona leste
• Paróquia São Miguel Arcanjo
Rua Taquari, 1.100, Mooca
• Casa de Clara
Rua Serra de Jairé, 316, Belenzinho, das 8h às 17h
• Arsenal da Esperança
Rua Doutor Almeida Lima, 900, Mooca

Solidariedade Pra Mudar SP
Os voluntários buscam as doações em casa. É preciso se inscrever no site: solidariedadesp.org

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