Quando o avião da FAB (Força Aérea Brasileira) decolou de Brasília rumo à Flórida (EUA), na manhã de 7 de março, o risco de contaminação pelo novo coronavírus não era uma preocupação do presidente Jair Bolsonaro e sua comitiva. Tanto que, nos quatro dias de compromissos no Estado americano, as medidas de prevenção já recomendadas por especialistas não foram adotadas nem pelo presidente nem por seus acompanhantes. Foi durante esta viagem que Bolsonaro declarou pela primeira vez que a pandemia estava «superdimensionada» e era uma «fantasia».
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Até este sábado (21), 23 pessoas que estiveram no grupo foram diagnosticadas com a covid-19. Levantamento feito pelo Estado mostra que pelo menos 45 brasileiros se encontraram com Bolsonaro nos EUA, viajando com ele no avião da FAB ou em voos comerciais. Na prática, os infectados já correspondem à metade do grupo. O descaso de Bolsonaro com a pandemia resultou em «panelaços» pelo País.
Dois dias antes de ir para a Flórida, Bolsonaro havia cancelado viagem à Hungria e à Polônia por causa do coronavírus. Na mesma data, o Brasil tinha oito casos confirmados, enquanto EUA estavam em plena ascensão da pandemia, com 157 confirmações e 11 mortes. No entanto, a hipótese de cancelar a viagem, que incluía um jantar com o presidente Donald Trump, nem foi cogitada.
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Resultados
A Justiça Federal do Distrito Federal determinou na sexta que o Hospital das Forças Armadas (HFA) informe imediatamente a lista de infectados por coronavírus que viajaram aos EUA na comitiva presidencial. A juíza Raquel Soares Chiarelli impôs multa de R$ 50 mil por paciente que tiver a informação sonegada.
O presidente Jair Bolsonaro disse na sexta que poderá fazer um terceiro exame e que pode até já ter contraído coronavírus. Há uma semana, o Estado pede que a Secretaria de Comunicação da Presidência mostre os resultados dos exames já feitos pelo presidente, mas não houve resposta até a publicação desta matéria.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo