Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticaram neste domingo (15) a participação do presidente Jair Bolsonaro nos atos pró-governo e contra o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal).
Maia chamou a iniciativa de «atentado à saúde pública», enquanto Alcolumbre classificou o comportamento como «inconsequente» e um «confronto» à democracia.
«Por aqui, o presidente da República ignora e desautoriza o seu ministro da Saúde e os técnicos do ministério, fazendo pouco caso da pandemia e encorajando as pessoas a sair às ruas. Isso é um atentado à saúde pública que contraria as orientações do seu próprio governo. A economia mundial desacelera rapidamente. A economia brasileira sofrerá as consequências diretas», disse Maia.
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O deputado citou ainda a crise econômica global. «O mundo está passando por uma crise sem precedentes. O Banco Central americano e o da Nova Zelândia acabam de baixar os juros. Na Alemanha e na Espanha, os governos decretam o fechamento das fronteiras», afirmou o presidente da Câmara.
«Há um esforço global para conter o vírus e a crise. O presidente da República deveria estar no palácio coordenando um gabinete de crise para dar respostas e soluções para o País. Mas, pelo visto, ele está mais preocupado em assistir às manifestações que atentam contra as instituições e a saúde da população», declarou.
Para Maia, a situação é preocupante. «Somos maduros o suficiente para agir com o bom senso que o momento pede.»
Alcolumbre também mencionou o esforço mundial para conter o coronavírus. «Com a pandemia do coronavírus fechando as fronteiras dos países e assustando o mundo, é inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas ruas», afirmou o senador, em nota. «A gravidade da pandemia exige de todos os brasileiros, inclusive do presidente da República, responsabilidade», escreveu.
No fim do dia, Bolsonaro comentou o assunto em uma entrevista à CNN Brasil e rebateu Maia e Alcolumbre. «Gostaria que Maia e Alcolumbre saíssem às ruas como eu. Saiam às ruas e vejam como vão ser recebidos», disse o presidente.
Apesar da declaração, Bolsonaro afirmou que está disposto a se reunir com os dois parlamentares para alinhar uma «pauta de interesse da população» «Estão fazendo críticas. Estou tranquilo. Espero que não queiram fazer algo belicoso», disse o presidente.