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São Paulo testa usina solar flutuante na represa Billings

A Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) instalou na represa Billings uma usina fotovoltaica flutuante para testar a viabilidade do uso dessa tecnologia nesse ambiente. O projeto piloto de 100 kilowatts de potência será avaliado durante 90 dias. O equipamento foi colocado em trecho próximo à usina elevatória Pedreira, na zona sul da capital.

A ideia, de acordo com a  Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, é ampliar o uso de fontes “alternativas e sustentáveis” na geração de energia elétrica.  A energia gerada vai alimentar um dos escritórios da Emae.

O teste está sendo feito em parceria com a Sunlution Soluções em Energia, escolhida após apresentar documentação dentro dos critérios técnicos e financeiros. Se o teste mostrar viabilidade desse tipo de fonte, a Emae informou que abrirá uma nova chamada pública para implantação de usinas fotovoltaicas flutuantes nas represas Billings e Guarapiranga.

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Para Anderson Jucá, 52 anos, pesquisador e professor de engenharia elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a medida é boa. “Agrega mais um uso para as represas, contribui para desenvolver a tecnologia de geração fotovoltaica e para ampliar a base geradora com uma energia limpa”, afirmou.

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O especialista disse que aumentar a geração de energia solar é importante até para baratear o custo do sistema como um todo, além de contribuir para reduzir a queima de gás e combustíveis fósseis na geração em termoelétricas.

Ele mencionou que experiências semelhantes foram  realizadas pela Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e pela Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e elencou pontos a serem observados: o sistema de ancoragem da usina, para evitar que um vendaval a desloque ou arraste, impacto na fauna do reservatório, proliferação de algas sobre o equipamento e o custo dessa manutenção, o efeito da sombra feita pela usina no reservatório, além da viabilidade econômica.

Na visão do especialista, um teste para avaliar todos os aspectos necessários precisaria durar no mínimo 12 meses. “Há sazonalidades, por exemplo, que precisam ser verificadas.”

Com base na potência divulgada e na média de geração de energia solar diária que é considerada para projetos dessa natureza, ele calculou que esse equipamento do teste é capaz de gerar uma energia média de 12.600 kWh por mês. Tomando por base uma residência com três a quatro pessoas que tenha gasto médio de 300 kWh/mês, Jucá concluiu que, em média, a energia gerada por essa usina do teste abasteceria 42 residências.

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