O passageiro que quiser desistir de viagens à Itália ou a países que confirmaram casos de coronavírus precisará negociar com a companhia aérea. Para isso, o Procon-SP orienta o consumidor a procurar o órgão para intermediar a negociação.
Isso porque a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) diz que a alteração ou o cancelamento por iniciativa do passageiro estão sujeitos às regras contratuais da tarifa adquirida. Mas, no entendimento do Procon-SP, nesse caso, o passageiro tem o direito de cancelar ou remarcar a viagem sem custo.
“O consumidor tem o direito fundamental à saúde. Ele não é obrigado a embarcar para um local onde poderá contrair o coronavírus. E, hoje, por ser uma pandemia, qualquer lugar representa risco”, diz o diretor-executivo do órgão, Fernando Capez.
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O Procon-SP terá, na próxima quarta-feira, uma reunião com companhias do setor de turismo, incluindo aéreas, operadoras e outras fornecedoras de serviços de viagem, para tentar chegar a um acordo sobre o tema.
“Convocamos uma reunião para deixar claro o nosso posicionamento. Qual deve ser o caminho? Que as empresas resolvam caso a caso”, diz Capez.
Na semana passada, o MPF (Ministério Público Federal) também recomendou à Anac que garanta aos consumidores a possibilidade de cancelamento sem ônus de passagens aéreas para destinos atingidos pelo coronavírus. O órgão sugeriu que a agência publique um ato normativo.
Para o MPF, a exigência de taxas e multas em situações como a atual, de emergência mundial em saúde, é prática abusiva e proibida pelo Código de Defesa do Consumidor.
Até a última sexta-feira, o Procon-SP já havia registrado 1.150 atendimentos – 900 reclamações e 250 consultas – relacionados ao coronavírus, incluindo o cancelamento de viagens, abusividade de preço e falta de produtos. O órgão criou em seu aplicativo e site (procon.sp.gov.br) um botão específico para o registro de reclamações.
No Rio de Janeiro, o grande número de reclamações recebidas de consumidores que estão tentando cancelar ou mudar a data de passagens levou o Procon-RJ a incluir o tema no mutirão de renegociação de dívidas realizado na semana passada com a presença de empresas de turismo e aéreas.