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Casos de coronavírus vão aumentar “significativamente” no outono, diz infectologista

O número de casos confirmados de coronavírus (Covid-19) no Brasil devem aumentar «significativamente», ainda mais com a chegada do outono (20 de março) e do inverno (20 de junho), que deixam o clima mais frio e propício para a propagação do vírus.

A informação é do infectologista David Uip, que coordena o comitê que trabalha na contenção da doença no País. Uip concedeu uma entrevista exclusiva ao Brasil Urgente nesta segunda-feira, 9.

«Estamos no perfil ainda inicial da epidemia, mas, seguramente, nas próximas semanas haverá um aumento significativo no número de casos», afirmou. «A chegada do outono será um fator complicador. O vírus gosta do frio. Com a mudança de clima, talvez a gente passe para uma segunda fase do problema».

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Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde informou que os casos confirmados permanecem em 25, mesmo número divulgado no domingo, 8. O número de casos suspeitos, no entanto, aumentou, subindo de 663 para 930. Ao todo, 685 suspeitas já foram descartadas.

«Nós estamos entre as fases 2 e 3 da epidemia, quando há transmissão local, mas não há transmissão comunitária [fase em que não é mais possível rastrear o agente transmissor da doença]», explicou Uip. «Mas o aumento do número de casos vai ocorrer».

Segundo o infectologista, a maioria dos infectados não vai apresentar sintomas ou vai apresentar poucos sintomas. «Uma minoria vai precisar de hospital e outra parte ainda menor desse grupo vai ter que ir para uma UTI».

Os sintomas são idênticos ao de uma gripe em fase inicial: febre, dor de garganta, dor no corpo. O sinal de alerta surge com febre prolongada (mais de 48 horas) e desconforto respiratório. Nesses casos, pontuou Uip, a pessoa deve procurar o hospital.

Letalidade

O infectologista ressaltou que a letalidade do vírus é baixa, variando de 2% a 3%. O cuidado deve ser maior com as faixas mais vuneráveis. «Pessoas com mais de 60 anos, sendo a taxa de mortalidade maior acima dos 80 anos, e pacientes com doenças crônicas, como os cardíacos, diabéticos e pacientes em tratamento oncológico», detalhou. «A maioria das pessoas, no entanto, vai sair viva».

Quarentena

David Uip falou também sobre as possibilidade de o Brasil viver algo parecido com o que tem acontecido na China, onde o vírus surgiu, ou mais recentemente na Itália, com quarentena decretada pelo governo, fechamento de escolas e comércios e queda no turismo.

«Não dá para saber ainda, mas de qualquer forma, é importante ressaltar que quem determina essas situações é o Ministério da Saúde. Não adianta, individualmente, as pessoas tomarem decisões de fechar escola, fechar banco, não sair de casa; essa decisão é do ministério».

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