O presidente Jair Bolsonaro determinou na última quinta-feira (30) a demissão de dois funcionários do alto escalão da Casa Civil e tirou da pasta as responsabilidades sobre o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). As medidas foram interpretadas como um esvaziamento do órgão e um sinal de enfraquecimento do seu ministro-chefe, o deputado licenciado Onyx Lorenzoni.
Aliado de Bolsonaro desde a eleição e coordenador da sua equipe de transição em 2018, Onyx estava de férias até domingo, mas antecipou o seu retorno e deve se reunir nesta sexta-feira (31) com o presidente em Brasília para tratar das reviravoltas na pasta.
A crise teve início na última terça-feira, quando Bolsonaro anunciou a demissão de Vicente Santini. Então secretário-executivo da Casa Civil, Santini estava substituindo Onyx e usou avião da FAB (Força Área Brasileira) para cumprir duas agendas internacionais do governo, entre a Suíça e a Índia.
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A viagem ocorreu dentro do que determina a lei, mas o episódio irritou o presidente, que classificou o ato como “inadmissível” e “imoral”.
No dia seguinte, na quarta-feira, Santini foi primeiro exonerado, mas logo depois readmitido em outra função, como assessor especial de relacionamento externo da Casa Civil. A nomeação foi feita por Fernando Moura, que no mesmo dia havia sido promovido para o cargo que era de Santini.
Mais uma vez contrariado, dessa vez com a repercussão negativa do vaivém, Bolsonaro foi às redes sociais na manhã de quinta e anunciou a demissão dos dois – mais tarde confirmadas em edição extra do Diário Oficial.
No mesmo ato, o presidente também transferiu as tarefas do PPI para o Ministério da Economia. Sem mais essa atribuição, a Casa Civil teve o seu poder ainda mais reduzido – já que no ano passado havia perdido a articulação política, que foi para a Secretaria de Governo.
Para aliados e integrantes do governo, as mudanças podem indicar o prenúncio de uma nova reforma ministerial. Uma das possibilidades é de que Onyx vá para pastas sociais ou reassuma seu posto na Câmara.