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Inadimplência sobe entre idosos no país

Enquanto os jovens estão limpando o nome, mais idosos entram em cadastros de negativados. Segundo pesquisa do SPC Brasil, no último mês  o número de inadimplentes de 65 a 84 anos cresceu 3,7% em um ano, atingindo 5,7 milhões de pessoas. 

Também avançou, 1,8%, a inadimplência entre pessoas de 50 a 64 anos. Para a população entre 85 e 94 anos houve alta 0,3%.

Por outro lado, a quantidade de inadimplentes de 18 a 24 anos registrou forte queda, de 21%, em um ano.  O número de devedores também caiu entre os que têm de 25 a 29 anos (-11,2%) e de 30 a 39 anos (-3,2%).

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A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que a permanência maior dos idosos no mercado de trabalho e, portanto, mais ativos no mercado de consumo, e a renda menor neste estágio da vida são fatores que impulsionam a inadimplência nesse público.

“Há ainda o hábito que alguns idosos possuem de emprestar o nome a terceiros, geralmente familiares, principalmente diante da facilidade de acesso ao crédito consignado. Com o desemprego alto, em muitas famílias o idoso que recebe a aposentadoria é a única fonte de renda”, diz a economista.

A pesquisa do SPC Brasil mostra que o número geral de negativados caiu pelo segundo mês seguido e encerrou o ano de 2019 com uma pequena queda de 0,2% sobre o ano anterior. A inadimplência, no entanto,   ainda atinge 61 milhões de brasileiros.

O SPC Brasil atribui o resultado à melhora gradual da conjuntura econômica  e a ações pontuais, como campanhas de renegociação de dívidas e a liberação dos recursos do FGTS. A expectativa é de que a inadimplência siga em queda pelos próximos meses, mas ainda em ritmo lento.

Somando todas as pendências, cada inadimplente deve, em média, R$ 3.257,91. Descontando os efeitos da inflação, os valores são 30% menores do que no início da série histórica, em 2010
(R$ 4.238,32). Pouco mais da metade (52,8%) dos negativados tem dívidas em atraso de até R$ 1.000, e 47,2%, acima desse valor.  

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