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Chance de compra da fábrica da Ford em São Bernardo é ‘remota’, diz dono da Caoa

Trabalhadores na porta da Ford em São Bernardo antes do fechamento da fábrica
Trabalhadores na porta da Ford em São Bernardo antes do fechamento da fábrica

Aguardada com grande expectativa por trabalhadores dispensados após o fechamento da fábrica, em outubro, a compra da Ford em São Bernardo parece distante de acontecer. O proprietário da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, indicada como a maior interessada em adquirir as instalações no bairro Taboão, disse ontem que a chance do negócio se concretizar “é remota”.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou a anunciar há três meses a transação entre as duas empresas como certa. O estado vinha articulando, com o apoio da prefeitura e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a venda que impediria o fim da produção no local. Em conversa ontem com jornalistas, Andrade disse que não quer falar mais nada para não criar expectativa entre os trabalhadores e o sindicato, mas declarou que “é um crime fechar uma fábrica como aquela, que tem bons equipamentos”. Apesar da perspectiva pessimista, o empresário afirmou que as negociações continuam.

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A Caoa depende de obter financiamento para a aquisição, de valor não revelado. A possibilidade de a compra ser financiada pelo BNDES chegou a ser discutida, mas o banco não tem linha específica para esse fim. A compra da Ford, contudo, seria uma “empreitada grande”, afirmou.

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O dono do grupo confirmou também que conversa com três empresas chinesas para parcerias. Uma delas estaria interessada em produzir automóveis no país e toparia sociedade na qual a Caoa teria 51% do negócio.

A fábrica da Ford foi colocada à venda em fevereiro, quando a montadora anunciou que encerraria ao longo de 2019 a operação da planta de São Bernardo. A unidade era a única da marca que produzia caminhões.

O fechamento da planta, de acordo com a montadora, reflete decisão global de sair do mercado de veículos pesados. A montadora permanecerá no país com a fábrica de Camaçari, na Bahia, e com a produção de motores em Taubaté, em São Paulo.  A Ford não quis comentar as declarações do diretor da Caoa.

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