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Moradores de rua envenenados afirmam que bebida veio de São Paulo

Praça em Barueri onde as vítimas consumiram a bebida Foto: Reprodução

A Polícia Civil ouviu nesta segunda-feira (18) depoimentos de sobreviventes do possível caso de envenenamento que deixou quatro pessoas mortas e cinco internadas em Barueri, na Grande São Paulo, no sábado.

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Um grupo de nove pessoas, algumas delas em situação de rua, passou mal após compartilhar uma garrafa de cachaça em praça na região central de Barueri.

Durante o socorro, uma das vítimas, Vinicius Salles Cardoso, 31 anos – que está internado –, teria dito que trouxe a bebida da Cracolândia, no centro de São Paulo, há 25 quilômetros do local.

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Segundo o delegado responsável pela investigação, Anderson Giampaoli, os depoimentos confirmam a versão de Cardoso. Além disso, as vítimas disseram que o frasco estava lacrado e que o líquido tinha gosto amargo de “querosene, diesel, vinagre”.

Familiares das vítimas discordam desta versão. Irmã de um dos mortos, Viviane Sampaio contou ao programa Brasil Urgente, da Band, que a bebida teria sido entregue por alguém que passou em um carro.  Mãe de outra vítima, Maria Gorete da Silva concordou: “Me falaram que um carro branco parou e entregou a bebida para eles. Eu acredito que foi isso mesmo, porque você acha que uma pessoa viciada em álcool viria de São Paulo sem beber?”

O IML (Instituto Médico Legal) está realizando a autópsia nos corpos, a perícia começou a analisar a bebida e a Polícia Civil está checando câmeras de monitoramento. Pelas imagens, o delegado afirmou que a garrafa não foi entregue ao grupo na praça em que foram encontrados, mas não excluiu a possibilidade. A polícia também apura se o caso está relacionado com uma briga entre moradores de rua e comerciantes.

Anderson Giampaoli, Delegado responsável pelo caso falou nesta segunda-feira (18) ao Brasil Urgente, da Band

O que a polícia sabe até agora sobre o caso?

O que apuramos hoje [ontem] é que há consenso por parte dos sobreviventes que essa bebida foi dada ao Vinicius na Cracolândia. Ele teria ganhado de um rapaz que estava em um veículo na região. Depois, teria vindo para Barueri sem beber, dormiu em albergue e foi para a praça encontrar as outras vítimas. Todos disseram que a bebida estava lacrada e foi aberta e consumida no local. Todos que ingeriram passaram mal. Os quatro que não conseguiram vomitar, morreram.

O líquido foi adulterado?

A perícia ainda está analisando, mas se pegarmos a mesma bebida comercializada no mercado, ela é incolor. A bebida que apreendemos no frasco é amarelada. Ao que tudo indica, não é a bebida original. Não descartamos nenhuma hipótese. Ainda não sabemos se estamos diante de homicídios ou de uma fatalidade.

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