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‘Vamos vencer esse câncer e governar a cidade’, diz Covas em vídeo

De seu quarto no Hospital Sírio-Libanês, no centro de São Paulo, onde está internado para tratar de um câncer metastático que atinge seu sistema digestivo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) gravou um vídeo em que agradece o apoio que tem recebido desde que a doença foi diagnosticada, no fim de semana. A mensagem foi postada em sua conta no Instagram (veja no fim do texto).

Covas começou a receber a quimioterapia às 9 horas desta terça-feira, 29, em um processo que deve durar ao menos até as 15 horas de amanhã. Nesta terça, recebeu visita de cortesia do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de cinco secretários municipais. Ele está acompanhado da mãe, Renata, do irmão Gustavo Covas e do filho, Tomás, de 14 anos.

«Eu queria agradecer as dezenas, centenas de mensagens de apoio que tenho recebido. Eu e meu filho Tomás, que está me acompanhando aqui todos os dias. Comecei minha sessão hoje de quimioterapia, a sessão que dura mais de 24 horas. Tenho certeza que vou vencer mais esse desafio», afirmou o prefeito.

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«Os médicos me autorizaram, a gente continua a governar a cidade de São Paulo, hoje mesmo tive reunião com os secretários municipais, despachei aqui do hospital mesmo. Enfim, é vida que segue, colocando não apenas a minha saúde mas a cidade de São Paulo em primeiro lugar», continuou a mensagem.

«A cidade não pode parar, a cidade não tem como ficar em segundo plano, e eu tenho certeza de que a gente vai conseguir aqui tocar as duas coisas. Vamos vencer esse câncer e governar a cidade de São Paulo. Muito obrigado», disse Covas, finalizando o vídeo.

Vereadores apoiam decisão de Covas se manter no cargo

Na Câmara Municipal, vereadores aliados e adversários do prefeito Bruno Covas manifestaram concordância com a decisão dele de não se afastar do posto enquanto trata do câncer. Os vereadores procuraram manter a rotina e, nos bastidores, a avaliação foi que era preciso mostrar continuidade das atividades após as notícias iniciais sobre a doença do prefeito

Nesta quarta-feira, 30, os parlamentares paulistas devem votar dois projetos de lei de autoria de Covas. Um deles trata de autorização para a Prefeitura conceder serviços e a operação de bens públicos, como os piscinões. O outro, que tem menos consenso, trata de mudanças no processo de eleição para conselheiros tutelares.

Por causa desse projeto, nesta terça-feira, 29, após convite do presidente do Legislativo, Eduardo Tuma (PSDB), Covas enviou à Câmara a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Maria Giannella, para defender o projeto e colher sugestões de mudanças dos vereadores. Ela participou de uma reunião com os parlamentares.

Para vereadores, se Covas e seus médicos dizem que o prefeito tem condições de se manter trabalhando, essa vontade tem de ser respeitada. «Se ele diz que tem condições e está bem, é vida que segue», disse Alfredinho, líder do PT, bancada de oposição. «A Prefeitura está andando normal. Então, se está andando normal, não tem nenhuma perda, é uma decisão acertada dele», afirmou Ricardo Nunes (MDB).

«Ele é assistido por bons médicos, está amparado na opinião deles. Se ele se sente em condições de manter-se trabalhando no cargo, é uma decisão pessoal dele, amparada por médicos que são os melhores de São Paulo. Ele decidiu e vamos respeitar», disse o vereador Gilberto Natalini (PV), que é médico.

Paulo Frange (PTB), outro parlamentar médico, ressaltou o efeito positivo que trabalhar e manter-se ativo tem para tratamento de doenças. Dessa forma, ele destacou que seria até favorável a Covas se manter trabalhando, «desde que liberado pelos oncologistas», o que é o caso.

O líder do governo, vereador Fabio Riva (PSDB), afirmou que o posicionamento dos parlamentares «ressalta o respeito com que Covas tratou aliados e opositores.»

Na parte da manhã, os secretários municipais estiverem em uma reunião na Prefeitura para avaliar a situação e planejar ações a serem adotadas nos próximos dias, enquanto Covas permanece internado. Eles trabalham com a possibilidade de que o prefeito fique no Sírio-Libanês ao menos até o próximo fim de semana. Nos próximos 40 dias, ele deve passar por mais duas sessões de quimioterapia.

Um dos presentes no encontro, ouvido pela reportagem, afirmou que a reunião serviu para que os vereadores tomassem pé do quadro do prefeito e de sua determinação de trabalhar do hospital. Um vídeo gravado por Covas na noite de segunda-feira foi exibido no telão pelo secretário-executivo da Prefeitura, Gustavo Pires. Na mensagem, Covas pede que o ritmo de trabalho seja mantido. Os secretários decidiram focar o trabalho nos índices estabelecidos pelo Plano de Metas da gestão.

 

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