Em 27 de outubro, a Argentina escolheu um novo presidente: Alberto Fernández, membro do Partido Judicialista, veterano na política e componente da coligação Todos, formada junto à ex-presidente Cristina Kirchner.
Inicialmente apontado como meramente um artifício para a eleição da própria Kirchner, Fernandéz ganhou destaque durante a corrida presidencial, abrindo vantagem expressiva sobre o oponente Mauricio Macri já nas eleições primárias.
Mas não só a vitória de Fernández sobre o atual presidente repercutiu na mídia argentina. O núcleo familiar do candidato eleito também ganhou sua parcela de fama, particularmente por quebrar as expectativas de uma família «presidencial».
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Dyhzy
O filho Estanislao Fernández é ponto de maior curiosidade. Cosplayer, streamer de jogos e drag queen, o jovem de 24 anos acumula seguidores no Instagram ao posar com fantasias inspiradas na cultura pop japonesa.
Estanislao também faz apresentações «montado» como drag queen – um tipo de arte performática baseada em assumir características de outro gênero, construindo uma nova identidade para si próprio. Além de seu talento para a moda e maquiagem, drags também costumam treinar habilidades em dança, canto, atuação ou comédia.
A performance em drag, entretanto, não configura uma sexualidade. O filho do novo presidente namora, há três anos, uma mulher: a jovem Natalia Edith Leone.
Em sua rede social, o filho do futuro presidente já posou como personagens de jogos online, celebridades e figuras de desenho animado. Em outra plataforma, o Twich, Estanislao assume o nome de usuário «dyhzy» (uma corruptela do inglês «dizzy», ou «zonzo») e transmite suas partidas de jogos para espectadores virtuais, em tempo real.
Seu pai, Alberto, já demonstrou aceitar e até orgulhar-se das atividades do filho. Em entrevista concedida à Rádio Con Vos, o candidato eleito, ele contou brevemente sobre como o filho começou a fazer arte drag.
«Meu filho é um dos sujeitos mais criativos que já vi na vida», conta. «Quando entrou no mundo dos quadrinhos e animes japoneses, começou a se fantasiar. Chamou atenção. Era muito bom, tão bom que começaram a chamar-no para festivais pelo mundo».
Nos últimos três anos, Estanislao exibiu seus cosplays na Comic-Con em San Diego, Estados Unidos – maior convenção de cultura pop e nerd no planeta. «Quando começou a se destacar, também começou a fazer personagens femininos dos quadrinhos. Depois, partiu para o drag queen, que são disfarces e fotos artísticas que ele faz».
Dylan
O outro «filho» de Alberto Fernández também tem sua fama nas redes sociais. Dylan é o collie da família, e seu nome é homenagem ao cantor folk estadunidense Bob Dylan.
Com seus pelos esvoaçantes e porte elegante, ele ganhou seu próprio Instagram. O cão quase supera seu «irmão», Estanislao, em número e seguidores – 100 mil contra 118 mil. A fama e a fofura de Dylan foram importantes ferramentas de campanha para a coligação «Todos», com o cãozinho presente em diversos materiais de divulgação de Fernández.
Em sua rede social, fotos dos pets de eleitores da chapa são compartilhadas nos stories, garantindo interação com o público. A presença digital dos bichinhos foi inclusive transformada numa estratégia de campanha, denominada «la patria perronista»– uma brincadeira com as palavras «perro», o espanhol para «cachorro», e «peronista», em referência ao movimento político-social idealizado por Juan Domingo Perón.
Em uma das montagens que compõem o Instagram do «perro», antecedente às eleições, Dylan é apresentado como «futuro perro presidencial». Dito e feito: o collie midiático agora integra o núcleo íntimo do novo chefe de Estado argentino.