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Desigualdade bate recorde no Brasil

O rendimento médio obtido do trabalho da população 1% mais rica foi quase 34 vezes maior que da metade mais pobre em 2018. A parcela de maior renda arrecadou R$ 27.744 por mês, enquanto os 50% menos favorecidos ganharam R$ 820.

Essa diferença entre os rendimentos é um recorde da série histórica da pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 2012.

O avanço da desigualdade é resultado de um aumento de 8,4% na renda das pessoas mais ricas e quedas nos ganhos das classes que formam os 30% mais pobres entre 2017 e 2018. No mesmo período, os 5% mais pobres, por exemplo, viram os seus rendimentos caírem 3,2%, para R$ 153.

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“O rendimento do trabalho corresponde a aproximadamente três quartos do rendimento total das famílias. O mercado de trabalho em crise, onde as pessoas estão deixando seus empregos e indo trabalhar em outras ocupações, com salários mais baixos, provoca um impacto no rendimento total”, explicou a gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

A média de rendimentos do trabalho do país, para pessoas de 14 anos ou mais, ficou em R$ 2.234, acima do valor inicial da série em 2012 (R$ 2.133), mas abaixo do registrado em 2014, que foi de R$ 2.279. No Nordeste, única região onde houve recuo entre 2017 e 2018, o valor era de R$ 1.479, enquanto no Sudeste, chegou a R$ 2.572.

O índice Gini, que mede a desigualdade numa escala de 0 (perfeita igualdade) a 1 (máxima concentração) chegou a 0,509 em 2018, maior patamar da série. O indicador era de 0,508 em 2012, depois diminuiu para 0,494 em 2015 e voltou a subir.

Entre as outras fontes de renda pesquisadas, aposentadorias e pensões foram destaque, atingindo R$ 1.872 em 2018, um crescimento de 3,3% em relação a 2017. Do total da população, 14,6% recebiam esse benefício em 2018, ante 13,1% em 2012.

Já a proporção de domicílios que recebiam rendimentos do Bolsa Família caiu de 15,9% em 2012 para 13,7% em 2018.  

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