O governo holandês decidiu deixar de apresentar-se como “Holanda” como parte de uma estratégia de atualização de sua imagem global. A partir do Festival Eurovisão da Canção, em maio de 2020, o país se chamará Países Baixos. A campanha, que tem como objetivo promover o turismo em todo o país, começará até o final deste ano e será amplamente divulgada em maio de 2020, quando se espera que a cidade holandesa de Roterdã seja sede do popular Eurovisão. Segundo dados do Ministério do Turismo local, a expectativa é de que em 2030, 42 milhões de turistas visitem os Países Baixos por ano, um aumento de 133% sobre os 18 milhões registrados em 2018.
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Apesar da mudança do nome, a cor laranja continuará sendo a cor nacional (ainda que a bandeira dos Países Baixos tenha as cores vermelho, branco e azul). “A cor laranja está relacionada com a família real holandesa e representa a identidade nacional dos Países Baixos. É por isso que os torcedores holandeses se vestem de laranja.
Durante alguns eventos esportivos, todo o país se torna laranja, “e as pessoas são contagiadas pelo que chamamos de ‘febre laranja’”, diz o governo local em seu site oficial. Para obter mais informações, o Metro Internacional conversou com Ben Kaplan, professor de História Holandesa na University College de Londres, no Reino Unido. Leia abaixo.
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Por que a Holanda quer mudar para Países Baixos?
A rigor, Holanda é o nome de apenas uma parte do país. Na Era de Ouro holandesa, de pintores como Rembrandt e Vermeer, a Holanda era uma das sete províncias que compunham as “Províncias Unidas dos Países Baixos”, também conhecida como República Holandesa. No entanto, a Holanda era de longe a mais rica, populosa e politicamente poderosa das províncias, com o centro comercial mais importante, Amsterdã, e a sede do governo, Haia. Como resultado, ela dominou completamente o país. Mesmo assim, alguns estrangeiros chamavam coloquialmente o país de “Holanda”, assim como se referiam à Bélgica como “Flandres”, por causa de uma de suas províncias.
Quais poderiam ser as consequências dessa mudança?
O problema é que a Holanda é muito mais do que essa província (ou melhor, duas, já que a Holanda do Norte e a Holanda do Sul estão agora separadas para fins governamentais). Zelândia, Frísia e as outras províncias têm personagens e histórias muito diferentes.
Será bom para o turismo?
Os turistas dizem que não há nada mais a visitar no país além do que está na Holanda, ou pior, em Amsterdã. Isso cria não apenas uma visão estreita e distorcida do país, mas também um desequilíbrio econômico, com os benefícios e encargos do turismo atingindo uma única região. Ao mudar o nome do país para Países Baixos, o governo holandês espera aliviar alguns dos problemas que o turismo traz, principalmente a superlotação em Amsterdã, e incentivar os estrangeiros a visitar outros lugares.
Há outro exemplo de mudança de nome de um país?
Sim, por exemplo, Birmânia passou a ser Myanmar.
Conheça os Países Baixos
Holanda do Norte e do Sul são apenas duas das 12 províncias que formam o país
• Superfície: 41,528 km² (18.41% de água)
• População total: 17 milhões
• Densidade demográfica: 488 habitantes por km2
• Capital: Amsterdã (834 mil habitantes em 2014)
• Idiomas oficiais: holandês e frísio (falado apenas na Frísia)