Foco

Homem que matou 4 agentes em Paris dizia ‘ouvir vozes’

A esposa do homem que assassinou com uma faca quatro agentes na sede central da polícia em Paris, na França, alegou nesta sexta-feira (4) que seu marido tinha «tido visões e ouvido vozes» na noite anterior ao ataque.

De acordo com a rádio «France Info», a mulher, que foi questionada por investigadores e está sob custódia, revelou que Michael Harpon pronunciou frases «confusas» antes do massacre. Além disso, testemunhos de colegas de trabalho descreveram o assassino como uma pessoa que muitas vezes «não era levada a sério».

Harpon, que era um funcionário administrativo da Polícia com cerca de 20 anos de experiência, invadiu a sede armado de um punhal de cerâmica e foi golpeando os colegas de trabalho em diversos pontos da delegacia. O homem só foi parado após ter sido baleado e morto por um oficial recém-chegado na corporação. Segundo a imprensa local, o ataque durou cerca de meia hora.

Recomendados

A emissora de TV «BFM» informou que a esposa de Harpon, Iham, também disse à polícia que seu marido havia se tornado «incoerente» e tinha «comportamento incomum e agitado».

Um dia após o ataque, as autoridades investigam se Harpon, descrito como uma «pessoa muito quieta», guardava algum tipo de rancor contra seus colegas de trabalho. No entanto, a porta-voz do governo francês, Sibeth Ndiaye, não descartou a hipótese de terrorismo.

«Claramente não foi descartada. Mas é importante enfatizar que você não é terrorista porque é muçulmano, e a conversão ao Islã não é um sinal automático de radicalização. Os fatos precisam ser analisados com cuidado. Não temos nenhuma indicação de que o autor tenha se radicalizado», disse a porta-voz.

De acordo com a mídia do país, Harpon tinha 45 anos e era um cientista da computação de Martinica. Ele havia se convertido ao islã no ano passado, mas uma busca em seu apartamento, localizado perto do aeroporto Charles de Gaulle, não encontrou nenhum sinal de radicalização.

O jornal «Le Parisien», por sua vez, informou que Harpon não deixou nenhuma carta antes do ataque e não houve nenhuma lealdade a um grupo extremista. O computador e o celular do assassino foram apreendidos e serão examinados pela polícia.

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos