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Câncer de mama pode custar R$ 1,1 bi a São Paulo

Pesquisa realizada pela EIU (Economist Intelligence Unit) prevê que o custo de tratamento do câncer de mama e as perdas causadas pela doença podem ultrapassar a R$ 1,1 bilhão em 2022 na cidade de São Paulo. A perda direta e indireta da doença dos 5,9 mil casos em 2018 foi de R$ 880,5 milhões.

O custo direto é o gasto com tratamento e custo indireto é quanto se perde de contribuição devido à abdicação do trabalho e mortes precoces. Para 2018, o valor do custo indireto foi calculado em R$ 19,5 milhões.

Aplicando projeções do crescimento da população feminina e da doença para os próximos 4 anos, o custo total do câncer de mama deve ultrapassar R$ 1,13 bilhão em 2022, sendo R$ 1,1 bilhão com tratamentos e R$ 23 milhões com a perda da produção das pacientes.

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Em 2018, pelo setor público, o tratamento da doença quando diagnosticada no estágio 1 ou 2 tem custo per capta de R$ 29,8 mil. Elas representam, respectivamente, 15% e 48% dos diagnósticos. Quando identificada no estágio 3 (33% dos casos), o valor sobe para R$ 128,7 mil.

A pesquisa mostra uma lógica inversa no caso do setor privado. O custo da doença encontrada nos estágios 1 e 2 é de R$ 415,2 mil em cada e representam juntos 80% dos casos no setor. Já o tratamento do estágio 3 tem custo menor, de R$ 369,4 mil, e representa 16% dos casos.

O tratamento no diagnóstico em estágio 4, considerado o mais grave, nos dois setores é menor, sendo R$ 10,7 mil e 6% de ocorrência no setor público e  R$ 233,9 mil no privado, com porcentagem de 4%.

Para o coordenador do estudo e diretor da EIU, Márcio Zanetti, o estudo mostra que o setor privado, apesar de mais caro, consegue identificar os casos mais rapidamente, o que aumenta as chances de vida das pacientes. Uma das causas, segundo Zanetti, é a má distribuição dos mamógrafos na cidade. “A OMS [Organização Mundial da Saúde] preconiza uma relação de 1 mamógrafo para 250 mil mulheres. No Brasil é de 1 a cada 50 mil.  Temos mamógrafos suficientes, mas estão mal distribuídos porque eles seguem a distribuição de renda”, afirmou.

Secretarias dizem investir em exame

A Secretaria Municipal de Saúde disse em nota que possui 26 mamógrafos distribuídos na cidade: três na região central, sete na zona leste, três na norte, um na oeste, seis na sudeste e seis na sul. O agendamento é priorizado para casos com suspeita. Já a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que o agendamento da mamografia é feito pelos municípios e que oferece serviços fixos e quatro carretas itinerantes por todo o território estadual.

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