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Dá pra reaproveitar fios e cabos elétricos velhos? Veja como

Reprodução/Pixabay

Redução do consumo de plástico, reciclagem e tratamento de lixo são termos que têm ganhado cada vez mais força no Brasil e no mundo. No entanto, um outro tipo de resíduo merece atenção: o de fios e cabos elétricos. Materiais usados em produtos eletrônicos, automóveis, eletrodomésticos e na construção civil, os fios e cabos requerem um descarte específico e podem, inclusive, ser reaproveitados e ganharem um novo destino no ciclo de consumo.

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De acordo com Wallyson Ferreira, da empresa brasileira EcoRobust, pioneira na fabricação de equipamentos e máquinas para a reciclagem de fios e cabos no Brasil, o ideal é que as pessoas e as empresas evitem usar fogo no descarte dos materiais.

«Antigamente, a separação entre plástico e metal dos fios e cabos era feita de forma inadequada, com queima ou garimpo, o que contaminava a água ou o solo», explicou Ferreira, em entrevista à ANSA. «Nós desenvolvemos máquinas que operam a seco. Não tem nenhum prejuízo ao meio ambiente, porque utilizamos ar para fazer essa separação. É 100% ecológica», ressaltou.

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A companhia, que começou há cinco anos, de maneira familiar, em um espaço de 300 metros quadrados em Sumaré, está hoje expandindo suas operações e exportando equipamentos para México, Chile, Peru e Argentina. «Iremos nos mudar para um outro espaço com mais de mil metros quadrados», contou Ferreira. Considerando que em um fio elétrico tem 40% de sua massa feita de plástico e 60% de cobre, e uma , máquina recicladora trabalha com uma tonelada de fios elétricos por dia, é possível acumular em um ano 365 toneladas recicladas, sendo 146 toneladas de plástico e 219 de cobre. Com os materiais separados, tanto o plástico quanto o metal podem ser reaproveitados novamente pela indústria.

«As empresas podem comercializar o cobre e o plástico – vendendo para terceiros – ou também usá-los para a fabricação de outros cabos», explicou o gerente da EcoRobust. «Esse processo se chama manufatura reversa», pontuou. De acordo com o especialista, no futuro, as empresas terão que pensar no ciclo completo. «Não só na manufatura, mas sim, na manufatura reversa», ressaltou.

Além dos ganhos ambientais, os rendimentos financeiros que a manufatura reversa proporciona acabam atraindo cada vez mais interessados. «O mundo está começando a perceber que vale a mais a pena você reciclar os itens, pois você acaba tendo uma recompensa ecológica e financeira», disse o representante da EcoRobust, que apresentará suas máquinas na Wire South America, um das maiores feiras da América Latina do setor de fios e cabos. A próxima edição ocorrerá entre os dias 1 e 3 de outubro, no São Paulo Expo, com organização da CIPA Fiera Milano.

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