As reclamações recebidas pela SPTrans sobre os ônibus da cidade de São Paulo subiram 42,8% no primeiro semestre deste ano, somando 14.778 registros. A alta acontece depois de, em 2018, as queixas terem recuado 43%, para 10.345.
Esses números se referem a quem teve um problema com o ônibus e usou um dos canais – site, telefone ou aplicativo 156 – para fazer um protesto formal.
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E o motivo que mais leva esses passageiros a buscarem uma forma de registrar seu desagrado com o serviço é a demora do ônibus – o “intervalo excessivo da linha”. São 3.908 reclamações por essa razão. A seguir aparece o item sobre motoristas que não atendem pedido para subir ou descer do veículo e, em terceiro, tratar o público com falta de respeito.
“O ônibus demora e é cheio. Tem pouco coletivo e é uma metrópole muito grande”, diz a auxiliar de marketing Maria Eduarda Chianca, 20 anos.
Ao analisar os números, o consultor em mobilidade Flamínio Fichmann, 61 anos, avalia que pode estar havendo menor oferta de coletivos e menor fiscalização. Outra observação que ele faz é que o vaivém da licitação do sistema de transporte por ônibus pode ter atrapalhado também.
Atualmente, a licitação está parada, aguardando avaliação da Justiça do recurso que a prefeitura fez em relação a decisão que anulava o prazo de 20 anos para os contratos.
Fichmann avaliou os números de 2017, 2018 e 2019 e concluiu que as cinco queixas mais comuns caíram de maneira uniforme no ano passado e subiram também de modo semelhante neste, sem destaque para uma ou outra. “Não teve nada fora do normal. Parece um problema do sistema.”
O que é feito
A SPTrans diz que todas as queixas recebidas são “encaminhadas para providências”. As relativas ao comportamento do motorista, cobrador ou fiscal vão para as empresas, para que identifiquem os responsáveis e apliquem sanções.
Já as que se referem à regularidade das linhas a SPTrans diz que encaminha à sua área de fiscalização.
De acordo com a empresa, há reuniões mensais com representantes de todas as empresas para tratar das linhas com mais reclamações no mês. A SPTrans diz que, em geral, as linhas tratadas nessas reuniões apresentam resultados melhores no mês seguinte.
As empresas
A SPUrbanuss, que representa as empresas de ônibus, disse que as 14.778 queixas no 1º semestre representam 2.463 por mês, em meio a mais de 200 milhões de passageiros mensais, o que equivale a uma reclamação a cada 80 mil passageiros.
A entidade diz que as empresas cumprem em média 95% das partidas e que “há extrema necessidade de investimentos do poder público em infraestrutura viária”.