A PF (Polícia Federal) deflagrou na quarta-feira (31) a 62ª fase da operação Lava Jato, que mirou o suposto envolvimento de executivos do grupo Petrópolis em lavagem de dinheiro para a empreiteira Odebrecht. Cinco mandados de prisão foram expedidos, um deles contra o controlador do grupo, Walter Faria. Até a conclusão desta edição, ele e outro suspeito não haviam se apresentado. Três pessoas foram presas.
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Foi a primeira fase da Lava Jato depois que o site “The Intercept Brasil” passou a publicar diálogos atribuídos ao então juiz Sérgio Moro e a procuradores do MPF (Ministério Público Federal). Procuradores e o delegado da PF Thiago Giavarotti garantiram ontem que a Lava Jato vai continuar (veja ao lado).
Segundo o MPF, a Odebrecht usou o grupo Petrópolis para obter dinheiro em espécie no Brasil, com o qual pagaria propina. Entre junho de 2007 e fevereiro de 2011, o grupo teria disponibilizado R$ 208 milhões à empreiteira. Outros R$ 121 milhões teriam sido pagos para políticos, em nome da Odebrecht, como propina disfarçada de doações eleitorais.
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Em troca, a Odebrecht faria depósitos em dólar, no exterior, em contas controladas por Walter Faria. Contas no nome do executivo também teriam sido utilizadas para pagar propina no caso dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000. Dois operadores, já condenados na Lava Jato, teriam creditado US$ 3,4 milhões nessas contas. Em 2017, segundo o MPF, Faria aderiu ao programa de regularização cambial e informou possuir mais de R$ 1,3 bilhão em contas fora do país.
A PF apreendeu ontem
R$ 243 mil em espécie na casa de um dos suspeitos, além de mídias, celulares e HD’s. O mandado de prisão de Faria é preventivo (sem prazo). As outras prisões são temporárias.
Em nota, o grupo Petrópolis (dono da marca de cerveja Itaipava, entre outras) informou que seus executivos prestaram “todos os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes” e seguem à disposição das autoridades. A defesa de Faria informou que o grupo Petrópolis se manifestaria sobre o assunto.