As obras que dariam cara nova a Vila de Paranapiacaba, em Santo André, alcançam dois anos de paralisação com prefeitura e governo federal culpando a burocracia pela situação.
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O projeto previa restauro de prédios públicos e das 242 casas da Parte Baixa, intervenções que habilitariam a Vila a voltar a sonhar com o título de patrimônio da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Mas as vésperas de seu evento cultural mais importante do ano, o Festival de Inverno, que começa no sábado, não há prazos para a retomada das obras.
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As intervenções seriam realizadas com verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Cidades Históricas, sob gestão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), no valor total em 2013, quando foram anunciadas, de R$ 42,4 milhões.
Desde o início das obras, em 2015, foram investidos R$ 6,8 milhões deste total, o equivalente a 16% do previsto.
A Prefeitura de Santo André diz que paralisou as obras em maio de 2017 após encontrar irregularidades no contrato com a empresa responsável.
Em dezembro do ano passado, a administração pública chegou a anunciar a retomada dos trabalhos no primeiro trimestre de 2019, o que não ocorreu.
“Em decorrência da mudança de comando no governo federal em 2019, houve alterações nas equipes do Iphan em Brasília e em São Paulo que coordenam o PAC Cidades Históricas e liberam as verbas dos convênios. Essas novas equipes estão analisando as informações anteriormente encaminhadas e solicitando documentos que até então não eram demandados”, diz a prefeitura em nota.
Já o Iphan disse ao Metro Jornal que aguarda que o município realize os ajustes finais do projeto. “A expectativa é de que uma nova licitação seja feita até o fim do ano, para que, então, as obras sejam retomadas”, informa.
Os próximos espaços a receber a revitalização devem ser o campo de futebol, a Associação Recreativa Lyra da Serra (Cine Lyra) e o imóvel incendiado na região do hospital velho, além do restauro das 242 casas.
Museu e relógio são restaurados
Com a verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Cidades Históricas congelada, intervenções pontuais são realizadas com orçamento do município e da iniciativa privada.
Um dos maiores símbolos de Paranapiacaba, o relógio da torre será entregue no primeiro dia de festival, no sábado. A reforma foi realizada pela MRS Logística, empresa que administra a linha férrea. O relógio estava há cerca de cinco anos sem funcionar. O investimento foi de R$ 1,3 milhão.
A Paróquia Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba, prédio de 130 anos na Parte Alta, teve reforma finalizada em março com apoio da comunidade local, Igreja Católica e prefeitura.
Já o Museu do Castelo foi reaberto em abril com a recuperação da lareira, das janelas e do mastro das bandeiras, instalação de iluminação e melhorias no paisagismo. A prefeitura aplicou R$ 111 mil no espaço.