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‘Se é criticado, sinal de que é adequado’, diz Bolsonaro sobre indicação do filho à Embaixada

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) aproveitou sessão em homenagem ao Exército ontem na Câmara para reafirmar a possibilidade de indicar seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), à embaixada do Brasil em Washington, nos EUA.

“Por vezes, temos que tomar decisões que não agradam a todos, como a possibilidade de indicar para a embaixada do Estados Unidos um filho meu, tão criticada pela mídia”, disse o presidente, para na sequência completar. “Se está sendo criticado é sinal que é a pessoa adequada.”

O presidente anunciou a intenção de indicar o filho à embaixada na quinta-feira passada. Questionado no dia seguinte sobre suas qualificações para ocupar o posto, Eduardo afirmou que tem “vivência pelo mundo”. “Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos.”

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O presidente tem a prerrogativa de indicar os seus embaixadores. O candidato é depois sabatinado no Senado, que aprova ou não a nomeação. A lei diz que o escolhido deve fazer parte do Itamaraty, mas admite a possibilidade de que o eleito não tenha carreira diplomática, desde que tenha “reconhecido mérito” e “relevantes serviços prestados ao país”.

A possível indicação de Eduardo foi criticada entre os próprios apoiadores do presidente, como o escritor Olavo de Carvalho e a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP). A decisão também foi rejeitada pela ABD (Associação dos Diplomatas Brasileiros), que disse que o Itamaraty tem entre seus quadros diplomatas qualificados para o cargo.

Ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Jorge Oliveira disse ontem que Eduardo é inteligente, perspicaz e que sua principal “credencial” é, “obviamente”, “ser filho do presidente”. O vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB) também se pronunciou ontem e disse não ver “problema nenhum” na indicação.

Novo ministro do STF?

Durante a sessão – que foi acompanhada por diversos ministros e também congressistas, como Eduardo –, Bolsonaro destacou a presença do advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, a quem chamou de “um ministro terrivelmente evangélico”. Na semana passada, o presidente havia usado as mesmas palavras para definir o perfil do ministro que indicaria para o STF (Supremo Tribunal Federal) quando houver vaga.

Em outro momento da sessão na Câmara, o presidente comparou o país a um paciente com câncer. “O Brasil precisa de uma quimioterapia para que ele não pereça. Alguns poucos ainda reagem, mas serão convencidos pelo povo e pela maioria dessa Casa.”  METRO

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