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Mais um caso coloca em xeque a qualidade do atendimento do SAMU

Mais um caso coloca em xeque a qualidade do atendimento do SAMU. Mesmo com as mudanças anunciadas pela Secretaria Municipal de Saúde, ouvintes da BandNews FM se queixam da demora na chegada de ambulâncias em São Paulo.

Em março, a Prefeitura de São Paulo anunciou o fechamento de 31 bases móveis do serviço e realocou os funcionários em outros pontos, como hospitais e UBSs. Um dos objetivos era reduzir o tempo de atendimento à população – o que não está acontecendo:

«Há duas semanas, um colega de trabalho travou a coluna. Isso era por volta das 11h30. O rapaz ficou sentado em uma cadeira e não podia se mexer. Chamamos o SAMU às 11h45. A ambulância chegou às 17h», relata um ouvinte. «Um colega meu se acidentou em uma quadra de futebol e teve fratura exposta no ombro. A gente chamou o SAMU e aguardou mais de uma hora e meia, ele não veio. A gente teve que pegar emprestado o carro de um amigo para levar ele para o hospital», lembra outro.

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Na semana passada, o motoboy Thiago de Jesus Dias, de 33 anos, morreu depois de passar mal durante uma entrega em Perdizes. Ele teve um AVC, caiu na calçada e ficou aguardando uma ambulância que nunca veio.

Thiago havia sido acionado pelo aplicativo Rappi pela advogada Ana Luísa Ferreira, que havia pedido um vinho para ela e mais três amigos. Quando chegou, o rapaz teve fortes dores de cabeça, náuseas e tremedeira; ela decidiu chamar o SAMU. Ainda consciente, o motoboy pediu a ela que avisasse o Rappi e ligasse para a irmã Daiane.

Acionada, a empresa solicitou apenas que ela desse baixa no pedido para que pudessem avisar os próximos clientes. A irmã do rapaz levou uma hora e meia para chegar e, apesar do chamado, nada do SAMU.

Daiane decidiu pedir um UBER, mas, como o motoboy estava com a roupa molhada de urina, o motorista se recusou a fazer a corrida, alegando que o entregador sujaria o carro. Thiago só foi socorrido quando um amigo chegou e o levou para o Hospital das Clínicas, onde morreu na segunda-feira da semana passada.

Em nota, o Rappi disse lamentar a morte do rapaz e informou que está buscando melhorias nos procedimentos. O SAMU afirmou que o caso do entregador foi classificado como prioridade média, monitorado à distância até ser informado de que ele havia sido socorrido em um carro particular.

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E não são poucos os casos de pacientes transportados de outras formas, porque o SAMU não chegou. No mês passado, o nosso ouvinte Leonardo Sabóia estava parado em um dos pontos de ônibus da Avenida Paes de Barros, na Mooca, quando um idoso, ao lado dele, sofreu um infarto. «O senhor estava lendo o jornal e simplesmente desmaiou do meu lado, quase no meu pé. Liguei para o SAMU pelo celular, fiquei tentando conversar com ele, totalmente desmaiado. Nisso, juntaram duas ou três pessoas e nada do SAMU chegar. Isso que me deixou alucinado. Simplesmente não veio», disse.

Cerca de uma hora se passou e nada da ambulância. Por sorte, uma das pessoas que pararam para socorrer o idoso encontrou no bolso dele o número do hospital do qual ele é conveniado. Logo em seguida, a ambulância da unidade de saúde apareceu e o homem foi socorrido.

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