Os planos de saúde individuais acumulam, entre 2000 e 2018, uma alta de 382%, bem superior à inflação geral de 208% medida pelo IPCA. Os dados fazem parte de um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que também questiona a regulação da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
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A diferença é ainda maior em relação ao IPCA Saúde, que registrou inflação de 180% no mesmo período, excluídos os reajustes de planos e cuidados pessoais. O Ipea destaca que o aumento médio anual dos planos (8,71%) foi maior que o de serviços médicos e dentários (6,45%), produtos farmacêuticos e óticos (4,93%) e serviços laboratoriais e hospitalares (4,50%).
O teto para reajustes de planos individuais – que correspondem a quase 20% do total de usuários no país – é definido pela ANS. Em dezembro do ano passado, a agência reguladora aprovou uma nova metodologia para o reajuste para o segmento.
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O estudo do Ipea questiona a eficácia do novo método em evitar o aumento continuado dos planos de saúde e reduzir a judicialização. Os pesquisadores argumentam que a metodologia deixou de fora os planos coletivos, que respondem por 80% dos usuários e têm reajuste definido a partir da negociação entre a pessoa jurídica contratante e a operadora.
Para o Ipea, é preciso avaliar a criação de outro índice de preços para todas as modalidades de planos, considerando a produção dos serviços médico-hospitalares e o IPCA Saúde. “É preciso que a sociedade discuta o assunto, a fim de assegurar que os brasileiros não sejam prejudicados pelo aumento de preços dos planos de saúde, principalmente porque a maioria do mercado continua desprotegido”, afirma o pesquisador Carlos Ocké.