São necessários apenas alguns minutos na avenida João Firmino, na Vila Assunção, em São Bernardo, para notar a presença de veículos no corredor exclusivo de ônibus. Na quarta-feira da semana passada, a reportagem flagrou ao menos 12 casos entre as 16h40 e as 18h. Mas desde a inauguração, em 8 de junho do ano passado, a prefeitura afirma ter multado apenas três motoristas pela invasão.
O trecho não tem radares e a fiscalização é realizada pelos agentes de trânsito. No dia em que a reportagem esteve no local, ao menos dois deles realizavam orientações.
Comerciantes da região afirmam que o desrespeito ao corredor é comum. “Tem bastante carro e moto invadindo o dia todo. De vez em quando, tem carro do pessoal do trânsito por aqui, mas eles só querem multar quem para em local proibido, não olham para as invasões”, conta o ajudante geral Erick Miller, 24 anos.
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A prefeitura não comentou a quantidade de multas por invasão.
O corredor da João Firmino foi o primeiro e único entregue até agora de programa que inclui outros 10. Eles foram projetados em 2012, ainda na gestão do então prefeito Luiz Marinho (PT). O trecho pronto possui 2,5 quilômetros em cada sentido e passa também pelas ruas Joaquim Nabuco e Frei Gaspar. A prefeitura diz que ele beneficia 33 mil moradores que utilizam as 49 linhas do trajeto que liga o bairro Assunção e o Centro.
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De acordo com o município, as viagens ficaram 10 minutos mais rápidas com o corredor João Firmino. Mas moradores e comerciantes da região reclamam da desorganização dos ônibus e aumento do trânsito após a inauguração do trecho.
O problema é que os coletivos intermunicipais não possuem porta no lado esquerdo para transitar pelo corredor. Desta forma, das três faixas de rolamento em cada sentido, uma é apenas para ônibus e as outras duas são divididas entre os coletivos intermunicipais e os demais veículos. “Tem ônibus em todas as faixas, que são bem estreitas. O trânsito triplicou”, diz o vendedor Lucas Rodrigues, 27 anos.
Rafael Primitz, 36, dono de uma peixaria na avenida, conta que precisou aderir ao delivery para atender seus clientes após a instalação do corredor. “As vagas de estacionamento na rua foram extintas e os clientes passaram a reclamar muito do trânsito. Tive que implantar o serviço de entrega para não ver o movimento desaparecer.”
A prefeitura afirma seguir em tratativas para que a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) inicie a operação com veículos adaptados ao sistema, de forma a não ocupar as faixas de uso comum.