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Telemarketing indesejado perturba 92% dos brasileiros, diz pesquisa

Se você está cansado de receber ligações de telemarketing que perturbam nas mais variadas horas do dia, saiba que não está sozinho.

O paisagista Jorge Ficz vive recebendo ligações de empresas oferecendo produtos e serviços. “Já bloqueei alguns números, mas muda e continua com outro”, afirma Ficz, que também reclama de chamadas feitas em horários inapropriados.

Maria Lucia Royama diz que desde que se aposentou, as chamadas com todo o tipo de oferta dispararam. “Oferecem cemitério, medicamentos, empréstimos, linha celular. Acabo bloqueando, mas às vezes não funciona”, afirma.

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Uma pesquisa da Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, revela que 92,5% dos brasileiros recebem ligações telefônicas indesejadas. O levantamento foi por meio da plataforma Consumidor.gov.br.

Quase metade das ligações (48,7%) são feitas por um robô e, em 46,9% dos casos, um atendente oferta algum produto ou serviço. Cerca de 65% disseram receber até 10 ligações por semana, incluindo situações em que a ligação não se completa ou fica muda. “É insuportável. Ficam ligando e, na maioria das vezes, não completa a ligação”, afirma a gerente comercial Carolina Santana.

Só em 2018, cada brasileiro  recebeu, em média, 37 chamadas de telemarketing por mês. “Hoje, muitos consumidores têm deixado de atender ligações quando não conseguem identificar a origem. E essas ligações podem ser importantes tanto do ponto de vista pessoal quanto do ponto de vista profissional”, diz o coordenador de direitos digitais do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Diogo Moyses.

Segundo Paulo Chabbouh,  dono de uma empresa que cria a tecnologia de automação das chamadas, o robô é programável e pode fazer uma chamada por vez ou milhares. Ele afirma que práticas como ligações excessivas dependem só de quem contrata o serviço. “É da prática da empresa em relação ao próprio cliente. Tem empresas que tem mais respeito pelo cliente e tem empresas com menos respeito”, diz.

Para o Idec, é necessário que sejam criadas regras para evitar o  abuso. “O consumidor deve fazer uma reclamação junto à Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, mesmo que ele não consiga identificar a origem da chamada. Isso tende a mobilizar esses órgãos para construir uma regulamentação mais forte que proteja o consumidor dessas ligações indesejadas”, diz.

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