Se fosse viva, Dorina Nowill teria completado 100 anos de idade nesta terça-feira. Mas, para os milhares de deficientes visuais atendidos ao longo de mais de sete décadas pela fundação que ajudou a criar, a educadora continua viva.
Formada por ela em 1946, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil – que em 1991 ganhou o nome Fundação Dorina Nowill para Cegos em sua homenagem – atua na inclusão de pessoas cegas.
Ali, as pessoas atendidas recebem, gratuitamente, habilitação e reabilitação, além de cursos e inclusão profissional. Em 70 anos, são mais de 23 mil pessoas atendidas, entre crianças, jovens, adultos e idosos cegos ou com baixa visão.
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A inclusão se dá também pela impressão de livros em braille – a escrita em alto-relevo que permite aos cegos lerem. Um parque gráfico ali instalado produz e distribui materiais para cerca de 3 mil escolas do Brasil. São cerca de 2 milhões de livros impressos ao longo dos anos da fundação.
Mais recentemente, a fundação desenvolveu, em parceria com a Lego Foundation, o Lego Braille Bricks, que usa blocos de montar da fabricante para alfabetizar crianças cegas.
A história
Nascida em 28 de maio de 1919 em São Paulo, a ação de Dorina Nowill pelas pessoas cegas começou quando ela própria perdeu a visão, aos 17 anos, por causas nunca diagnosticadas.
Isso não a impediu de se formar na escola, em 1945. Naquela época, livros em braille eram raros no Brasil e ela percebeu a necessidade de ampliar a produção.
Após se formar, viajou para os EUA, onde se especializou em educação de deficientes visuais. Na volta, formou a fundação.
A história de Dorina é contada em um museu instalado na sede da fundação (rua Diogo de Faria, Vila Clementino, zona sul), que recebe visitas com agendamento (pelo telefone 11-5087-0955, ou pelo e-mail centro
dememoria@fundacao
dorina.org.br).
Ali, estão expostos documentos, as primeiras máquinas de escrever em braille e impressoras nesse alfabeto. A sala da educadora foi mantida como quando ela estava viva e pode ser visitada também.
Dorina faleceu em 2010, aos 91 anos, vítima de uma parada cardíaca. Mas sua obra continua.