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Motociclista passa pedestre como maior vítima do trânsito

Pela primeira vez desde seu início, o relatório anual de mortes no trânsito da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), divulgado nesta quinta-feira, mostrou que os motociclistas foram as maiores vítimas fatais de acidentes nas ruas da cidade, em 2018, ultrapassando os pedestres, que sempre lideraram essa estatística. Foram 366 mortes de motociclistas no ano passado, ante 349 pessoas que estavam a pé.

No total, 849 pessoas morreram em 2018 em acidentes de trânsito na capital segundo a CET, um aumento de 6,5% em relação aos 797 óbitos de 2017. Foi também a primeira alta depois de três anos de queda consecutivos (veja quadro).

O relatório da CET se refere a 2018. Nesta semana, o Metro Jornal noticiou alta no total de mortes de ocupantes de automóveis em acidentes de trânsito, com base no relatório mensal do Infosiga  (sistema de informações de Acidentes estadual), que trazia dados de janeiro a abril deste ano.

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Os lugares com mais mortes foram marginal Pinheiros, com 22, e rodovias Bandeirantes e Raposo Tavares, com 16 cada. Responsável pela Bandeirantes, a AutoBAn disse que orientou mais de 400 mil pessoas no ano passado em temas como uso do cinto e travessia segura.

No cruzamento de dados com informações da Secretaria Municipal da Saúde, a CET constatou que quatro em cada dez mortes nos acidentes no ano passado aconteceram a menos de
2 km da casa da vítima.

“Perto de casa a pessoa tem convicção de que está tudo sob controle e começa a tirar a atenção do trânsito, por estar na área que domina”, disse o engenheiro Luiz Célio Bottura, que já chefiou a Dersa e atuou na CET.

Ao analisar o aumento das mortes nos acidentes no ano passado, Bottura disse que “tem um certo aspecto de velocidade: uma batida a 30 km/h por hora é menos significativa do que a 60 km/h”.

Sobre o aumento de mortes de motociclistas, o engenheiro vê vários fatores: mais condutores de moto nas ruas, maior abuso e, no caso dos motoboys, um compromissos com entregas rápidas e cansaço.

O sindicato que representa os motoboys fez nesta quinta-feira um protesto que fechou vias importantes da cidade por mais segurança.

CET destaca áreas calmas

A CET destacou que tem implantado medidas para diminuir acidentes, como áreas calmas –com menor velocidade e mais áreas para pedestres–, readequação de semáforos e faixas de pedestres.

Sobre motociclistas, a companhia destacou o veto na pista local da marginal Pinheiros e que discute regulamentação do motofrete por app com empresas e sindicato.  

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