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Ajuste na produção para fábrica da Volkswagen em São Bernardo por 3 semanas

A Volkswagen vai paralisar a produção de veículos em São Bernardo entre 24 de junho a 13 de julho. As férias coletivas devem atingir 6 mil funcionários. A montadora diz que a medida é necessária para adequação da fábrica para receber a produção de um novo modelo. Ela é motivada também pela redução das exportações para a Argentina, maior parceira econômica no setor.

No ano passado, já sob o impacto da crise argentina, as exportações da Volkswagen caíram 33,7% em relação a 2017, para 103,8 mil automóveis e comerciais leves, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Das vendas externas da empresa, 60% seguem para o país vizinho. A montadora tem diversificado sua clientela e exporta para outros 16 mercados da região como Chile, México e Costa Rica. O recém-lançado T-Cross será vendido na África do Sul e na Ásia.

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O novo veículo em desenvolvimento terá potencial para ser exportado a outros mercados fora da região. Em nota enviada ao Metro Jornal, a Volkswagen diz que a expectativa neste ano é aumentar a produção em 20% em relação a 2018. De acordo com a montadora, a parada já estava programada, tendo em vista a queda nas exportações e para “alterações técnicas significativas em suas linhas de montagem, para a chegada de mais um produto inédito”.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC disse ter sido informado por sua comissão de fábrica sobre as férias coletivas, mas aguarda o pedido formal da montadora nas próximas semanas para precisar o número exato de metalúrgicos que vão parar.

Exportação

A queda nas vendas para a Argentina leva montadoras a fortalecerem antiga bandeira de que o governo deveria adotar medidas urgentes para melhorar a competitividade do produto nacional. Um dos entraves são os altos tributos. “Hoje exportamos entre US$ 3 mil e US$ 4 mil em impostos em cada carro”, afirma o presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si. “Os diferenciais de nossos carros como tecnologia, inovação e design estão disponíveis. Falta agora criar condições em termos de infraestrutura e regime tributário que possam alavancar a competitividade também de nossos custos.”

Di Si defende ainda a melhora da infraestrutura. “Nos portos, nossos carros ficam mais de duas semanas parados para liberação, enquanto no México ficam dois dias”, afirma. O diretor de assuntos governamentais da Toyota, Ricardo Bastos, diz que a burocracia também atrapalha. Um exemplo, afirma, é que a montadora precisa importar alguns tipos de airbags não produzidos no Brasil e, como o produto é controlado pelo Exército, a liberação é demorada. “Já tivemos de interromper a produção por falta desse item.”

A Toyota é uma das poucas montadoras que aumentaram as vendas externas no ano passado, em 14,7%, somando 66,5 mil unidades enviadas a países como Peru, Costa Rica e principalmente Argentina – onde os modelos Etios e Hilux foram líderes de mercado.

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