O Partido Socialista (PSOE), do atual primeiro-ministro Pedro Sánchez, venceu no domingo, 28, as eleições espanholas, mas terá de formar uma coalizão com partidos de esquerda para governar. A novidade das urnas foi o Vox, legenda de ultradireita, que elegeu 24 deputados. Assim, os extremistas terão representantes no Parlamento pela primeira vez.
O PSOE conquistou 123 cadeiras (de um total de 350) no Parlamento. O Podemos, de Pablo Iglesias, também de esquerda, obteve a 42 e deve ser um aliado natural do premiê. Juntos, eles têm 165 deputados e precisariam ainda do apoio de partidos menores para chegar à maioria de 176.
O bloco de esquerda recebeu mais votos que o de direita. Entre os conservadores, o tradicional Partido Popular (PP), de líderes históricos como José María Aznar e Mariano Rajoy, fez 66 deputados – o pior desempenho desde a redemocratização.
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As outras legendas conservadoras que entraram no Parlamento foram o Ciudadanos, com 57 deputados, e os extremistas do Vox, que elegeram 24 parlamentares – os três partidos somados têm 147 cadeiras. Na noite de ontem (fim de tarde no Brasil), centenas de militantes do PSOE já se aglomeravam em frente à sede do partido, na Rua Ferraz, no centro de Madri, para celebrar a vitória. O clima no local era de festa. «É o começo de uma nova Espanha. Apesar de dependermos de uma negociação para sermos maioria, precisamos comemorar», disse o jovem Rafael Herrera, de 23 anos.
Em meio a um mar de bandeiras vermelhas, Sánchez falou à multidão. «Não importa o que aconteça, o Partido Socialista ganhou. Isso mostra que temos uma democracia sólida e de qualidade. Vamos governar a Espanha, avançar na política social e acabar com a desigualdade. Hoje, ganhou o futuro e perdeu o passado», afirmou.
O PSOE foi o partido mais votado na maioria das regiões da Espanha e em todas as comunidades autônomas. A legenda só não venceu em quatro lugares: Catalunha, País Basco, Navarra e a cidade de Melilla.
Quem também comemorou ontem foi a extrema direita, que voltou ao Parlamento após 36 anos. O Vox, liderado por Santiago Abascal, foi o quinto partido mais votado. Nas celebrações, o secretário-geral, Javier Ortega, adotou um tom desafiador. «A resistência já está dentro do Congresso e não vamos mais parar. É só o começo», disse.
Abascal também agradeceu a votação histórica da ultradireita espanhola. «Vamos caminhar juntos, não só pelo Vox, mas por todo o país. Agora, temos voz no Congresso. Uma voz que antes não existia. Seremos resistência.»