A adoção de hábitos de vida mais saudáveis, eliminando tabagismo, consumo de álcool, excesso de peso e falta de atividade física, poderia reduzir em 27% os casos de câncer no Brasil por ano – seriam 114,5 mil pessoas a menos com a doença.
E mais: 63,4 mil mortes decorrentes de câncer poderiam ser evitadas com a supressão desses fatores.
A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e da Universidade de Harvard (EUA), com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP).
Recomendados
Resultado da Lotofácil 3065: prêmio desta quinta-feira vale R$ 4 milhões
“Quer ganhar um fuzil?” Motoboy rifava armas e munições em São Paulo
Saiba quem é a influenciadora digital grávida que morreu após complicações da dengue, em Goiânia
O trabalho relaciona dados da literatura médica sobre a influência desses hábitos com 20 tipos de câncer, estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre IMC (índice de massa corporal) elevado, consumo de cigarro, álcool, atividade física e dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) sobre o consumo de fibras, cálcio, carne vermelha e processada.
Leandro Rezende, um dos autores do trabalho, diz que o objetivo foi exatamente chegar a essa estimativa em números sobre os casos e mortes por câncer que podem ser evitados. “Eles podem ser úteis tanto para informar a população como para – e principalmente – orientar políticas públicas de saúde”, afirmou.
Segundo o pesquisador, o tabagismo é “de longe” o fator mais associado como principal causa de diversos tipos de câncer. Mas ele lembrou que o hábito vem sendo reduzido com uma combinação de políticas públicas, incluindo os impostos altos. “É triste ver um debate sobre possível diminuição de taxação para combater o uso do cigarro contrabandeado”, disse.
Ele destacou excesso de peso e obesidade por estar em crescimento no país. O trabalho, disse Rezende, discute a necessidade de políticas públicas para melhorar o fator, como regulamentação de alimentos ultraprocessados, com alto teor de sal, açúcar e gordura, e o incentivo à adoção de modos de vida mais ativos, com implantação de ciclovias, calçadas adequadas, parques, equipamentos de lazer.