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Vandalismo, roubos e falta de manutenção ameaçam jardins verticais de São Paulo

Trecho do jardim vertical da avenida 23 de Maio perto do viaduto Beneficência Portuguesa André Porto/Metro

Quem passa pela avenida 23 de Maio já percebe há meses falhas – ou trechos totalmente sem plantas– nos jardins verticais instalados ali em agosto de 2017, depois que o então prefeito João Doria (PSDB) apagou os grafites que decoravam os muros.

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Daqui a algum tempo, ao passar pelo elevado João Goulart, vão voltar a aparecer as paredes que ainda ostentam os jardins instalados em alguns dos sete prédios que passaram a abrigar o “corredor verde” em 2015.

São as duas iniciativas mais vistosas de jardins verticais na cidade sob os TCAs (Termos de Compromisso Ambiental), que permitiram compensações ambientais com esses muros ou coberturas verdes em edifícios.

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Na 23 de Maio, o principal problema é o vandalismo e o roubo de fios e cabos elétricos. Atualmente, equipes das subprefeituras fazem “irrigações diárias, pequenos reparos e reposição de peças furtadas ou vandalizadas”. Há licitação aberta – e suspensa – para contratar empresa para a manutenção (leia ao lado).

Carranca pode sair da fachada do edifício Santa Filomena: moradores não têm como bancar custo da estrutura

Minhocão

Nos prédios contíguos ao Minhocão, foram os moradores de alguns – a prefeitura não informou quantos – dos sete prédios em que os jardins foram instalados que pediram sua remoção. O contrato era de 36 meses renováveis por mais 24.

A prefeitura informou que não tinha vínculo contratual com a empresa que instalou os jardins, o Movimento 90º. Um chamamento público a parceiros para fazer a manutenção foi feito pela SVMA (Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente) em setembro de 2018. O Movimento 90º ganhou e, segundo a prefeitura, “o processo está em andamento para assinatura”.

“Quando instalaram, disseram que não teríamos despesa alguma”, disse Marco Antonio Mendo, 63 anos, síndico do edifício Santa Filomena, que ostenta uma carranca feita com plantas em sua empena cega.

Mas essa promessa acabou não cumprida. “Pararam de nos reembolsar em dezembro de 2017.” Só de água, a conta do jardim fica em R$ 420 por mês. “O condomínio aqui é R$ 410, então perdemos uma taxa de condomínio por mês com isso, não podemos nos dar esse luxo”, disse Mendo.

Não que ele não ache o espaço bonito. “Foi bacana por um tempo dar como endereço a quem vinha visitar ‘o prédio da carranca’”, disse. Agora, Mendo espera que sejam atendidos no pedido de retirada.

Licitação para av. 23 de Maio está suspensa

Por nota, a Secretaria das Subprefeituras disse que abriu licitação para contratar empresa para conservar os jardins verticais da avenida 23 de Maio em janeiro, mas o processo foi paralisado por questionamentos do TCM (Tribunal de Contas do Município).

Sobre o Minhocão, a prefeitura disse que tomará as providências para retirar os jardins dos prédios que não quiseram ficar com eles.

Jardim vertical próximo do viaduto Pedroso, ambos quase sem cobertura vegetal

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