O motoboy Daniel Paiva faz entrega para seis aplicativos e precisou abrir uma empresa como microempreendedor individual para trabalhar formalmente. Foi a saída depois que perdeu o emprego como montador de móveis. “É uma necessidade que está virando uma oportunidade. Dá para pagar as contas, mas tem que trabalhar muito para valer a pena”, diz Paiva.
Em 2013, havia 3,65 milhões de MEIs em todo o país. O número foi crescendo ano a ano até ultrapassar a marca de 8 milhões em março. Nos últimos 5 anos, desde o período pré-recessão, o aumento chega a 123%.
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Esse salto está relacionado ao crescimento do desemprego. Hoje, segundo o IBGE, há 13,1 milhões de pessoas em busca de ocupação no país. Com as dificuldades do mercado de trabalho, muita gente abriu um pequeno negócio. Já são 23,8 milhões de trabalhadores por conta própria. É o chamado empreendedorismo por necessidade.
“Então comecei com um público ou com um tipo de atividade. E por estar com esse olhar mais atento e enxergar as oportunidades que o mercado me dá, consigo enxergar clientes que ninguém está atendendo. É aí que posso fazer o diferencial. E é ali que muitas vezes a minha empresa vai crescer”, diz Laurana Viana, analista do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
O registro traz vantagens. Susi Darlem, que era contadora, decidiu se inscrever no MEI e formalizar a sua empresa de doces para festas. Com a emissão de nota fiscal, conquistou cinco novos clientes e prazos na compra com fornecedores. E a lista de projetos para 2019 é grande. “É crescer bastante, ganhar mercado, ter um ponto de venda próprio e atender delivery de comida”, afirma a microempreendedora.