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Bolsonaro se reúne com dirigentes de partidos em busca de apoio para reforma da Previdência

O presidente Jair Bolsonaro recebe nesta quinta-feira (4) dirigentes de seis partidos em busca de apoio para aprovação da reforma da Previdência. Ao longo do dia serão diversas reuniões – a primeira começou às 8h30 com o deputado Marcos Pereira, presidente nacional do PRB e primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados.

A agenda inclui ainda conversas, com os presidentes do PSD, do PSDB, PP, DEM e MDB, além de líderes e vice-líderes do PSD na Câmara e no Senado. Na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça recebe seis juristas para debater a proposta.

Na tentativa de construir uma base aliada – hoje contando apenas com o PSL –, o governo federal sinalizou o início de um diálogo mais profundo com o Congresso. Como contrapartida, serão ofertados cargos no Executivo às legendas que toparem apoiar a pauta governista, conforme declaração do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB).

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“A partir do momento que esses partidos estejam concordando com o que o governo pretende fazer, é óbvio que eles vão ter algum tipo de participação, seja em cargos nos estados, algum ministério ou algo do gênero”, disse. O chamado governo de coalizão – que inclui troca de apoio por cargos – foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral.

Diante da necessidade de conquistar votos, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, explicou que, nas negociações com os partidos, Jair Bolsonaro, no primeiro momento, terá um tema. “Vai ser o tom de convidá-los para que participem desse esforço de construção de entendimento na busca de poder ter a nova Previdência aprovada.”

Em março, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já havia cobrado empenho do governo no diálogo com os parlamentares. Até aliados de Bolsonaro criticam a falta de articulação. Onyx, no entanto, afirmou que é preciso “tempo”, “paciência” e “diálogo” para a construção de uma base aliada.

Tchutchuca

Na quarta (3), a audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, terminou em bate-boca e tumulto. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) sugeriu que o ministro privilegia banqueiros e rentistas, ao afirmar que ele é “tigrão” com uns e “tchutchuca” com outros. “Tchutchuca é a mãe, tchutchuca é a avó!”, revidou Guedes, pedindo, em seguida, respeito.

Diante do caos generalizado no plenário da comissão, o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), decidiu encerrar a audiência.

O clima esquentou logo na primeira meia hora da sessão, após parlamentares da oposição criticarem, fora dos microfones, o Chile como modelo a ser perseguido. Guedes rebateu que o Chile tem US$ 26 mil de renda per capita, quase o dobro do Brasil, e ironizou ao dizer que a Venezuela estaria melhor.

A sessão ganhou então contornos mais tensos. Francischini chegou a dizer que a comissão não era “briga de rua”, pedindo serenidade aos presentes. As críticas da oposição surgiram após Guedes defender enfaticamente a introdução do sistema de capitalização com o fim de encargos trabalhistas para empregadores como maneira de impulsionar o crescimento econômico.

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