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Caso Marielle: há robustez, mas faltam respostas

As provas levantadas pela Polícia Civil e Ministério Público do Rio são contundentes quanto à autoria do crime. Trajeto do carro, cruzamento de linhas telefônicas, perfis dos dois acusados, pesquisas realizadas na internet meses antes do crime, imagens em infravermelho capazes de identificar o corpo e até a tatuagem do atirador. O inquérito com 29 volumes tem robustez suficiente para sustentar a prisão de um PM reformado e outro policial expulso da corporação.

Porém, completaremos um ano de um crime chocante com afronta à democracia sem respostas cruciais a duas perguntas: quem mandou e por qual motivo?

A operação foi batizada de Lume (em alusão ao Buraco do Lume, Centro do Rio, onde Marielle frequentava), mas também significa luz, clarão. Essa luz para a polícia pode vir de uma delação premiada. Há grande expectativa na cúpula da Polícia Civil de que os executores possam abrir o bico. Mesmo que não aconteça, há um forte otimismo para o encerramento do caso. Ter chegado aos executores traz vários elementos novos: interrogatório de parentes e pessoas próximas, apreensão de documentos, arquivos e celulares, além de tudo o que foi recolhido nos 34 mandados de busca. Seja como for, essa investigação não pode terminar com pontos de interrogação. A impunidade é o combustível para crimes bárbaros como esse.

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